Filiado ao Novo difama professores e policiais durante live de Zema

Guilherme Maciel e Zema durante campanha eleitoral, reprodução Instagram

Durante a live do governador Romeu Zema (Novo), na qual xingou servidores e os acusou de receber vantagens em troca de apoio, um seguidor e filiado ao Novo foi ainda mais agressivo. Em seus comentários, Guilherme Maciel, do Novo de Juiz de Fora (Zona da Mata), postou ofensas a professores a quem os chamou de “bando de burros”. Aos policiais, os difamou, tachando-os de “bandidos de farda”. Veja as postagens nas redes sociais.

As agressões do filiado ao Novo, reprodução do Instagram

Em sua manifestação, feita na segunda (20), o governador criticou os servidores e seus representantes associativos por serem contra a reforma da previdência. Insinuou que estavam acostumados a privilégios e que, no governo do antecessor Fernando Pimentel (PT), teriam recebido ‘rachadinhas’ para não fazer oposição ao governo. Zema ainda comparou sua reforma à morte: “é inevitável”.

Deputado critica governador e o seguidor

O deputado Sargento Rodrigues (PTB), um dos líderes dos servidores da área de segurança, repudiou os comentários do seguidor de Zema e filiado ao Novo. “Como percebe-se, não só o governador Romeu Zema cometeu uma série de erros em sua live”, criticou. E mais, que, em ambas manifestações, ficou demonstrado desconhecimento profundo sobre o serviço público e os servidores que o exerce.

O deputado defendeu ainda os professores ao questionar o filiado do Novo sobre a própria educação recebida. “Talvez o sr. Guilherme Maciel tenha se esquecido que passou por bancos de uma escola e lá estavam professores e professoras dedicados, comprometidos e que muito ajudaram em sua formação educacional, são profissionais merecedores de muito respeito e reconhecimento. Veja abaixo a íntegra de sua nota ao site ALÉM DO FATO.

Aliados avaliam como “desastroso”

Aliados do governador na Assembleia Legislativa, onde tramita a reforma da previdência, classificaram as críticas dele como “desastrosas” e “horríveis”. Após conversas, disseram que o governador teria reconhecido o erro. Tanto é que antecipou em três o pagamento da segunda parcela dos salários atrasados dos servidores, do dia 25 (sábado) para quarta (22).

Os líderes aliados na Assembleia reclamaram do destempero que paralisou as negociações pela construção de consenso mínimo para aprovação da reforma até o dia 15 de agosto. O processo agora voltou à estaca zero. Os líderes largaram as conversações e foram para o recesso parlamentar. Só retornam ao trabalho no dia 3 de agosto.

Notas de repúdio e ação judicial

Da parte dos servidores, houve reação generalizada. Entidades ligadas ao funcionalismo rebateram as críticas e até cobraram retratação pública. Caso contrário, poderão recorrer à Justiça por difamação e calúnia contra Zema. Em consenso, todos o tacharam de “irresponsável” pelas declarações feitas, sem apuração e sem provas.

O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindepominas) recorreu, nesta quinta (23), ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), com interpelação judicial contra Zema. Pede que ele justifique as afirmações feitas na live.

Onze associações e sindicatos ligadas aos servidores policiais civis, policiais penais e agentes socioeducativos divulgaram nota de repúdio. A mesma iniciativa teve o Sindicato dos Médicos e o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas (Sindifisco-MG).

Deputado chama agressor de “infeliz”

Prezados leitores do site ALÉM DO FATO

Foi com enorme indignação que tomamos conhecimento das postagens feitas pelo sr. Guilherme Maciel, filiado ao Partido Novo, durante a live realizada pelo Governador Romeu Zema.

Ao proferir ofensas gravíssimas aos professores e policiais, sua atitude demonstra o tamanho de seu desconhecimento e despreparo. Todos nós, que exercemos cargos públicos, estamos sujeitos a críticas e cobranças por parte da sociedade, desde que tais críticas sejam com fundamentos e tenham propósitos.

Talvez o sr. Guilherme Maciel tenha se esquecido que passou por bancos de uma escola e lá estavam professores e professoras dedicados, comprometidos e que muito ajudaram em sua formação educacional, são profissionais merecedores de muito respeito e reconhecimento.

Da mesma forma, são os policiais, que exercem carreiras de Estado. Independente de qual cidadão esteja sentado na cadeira de governador, esses profissionais da segurança continuarão servindo, protegendo, assistindo, amparando e socorrendo toda a sociedade, seja em Juvenília ou Juiz de Fora, lugar onde reside o infeliz sr. Guilherme Maciel, filiado ao Partido Novo.

Como percebe-se, não só o governador Romeu Zema cometeu uma série de erros em sua live, pois demonstra um desconhecimento profundo sobre o serviço público e os servidores que o exerce, como também muitos dos filiados do Partido Novo. Registro, aqui, neste espaço, nosso total repúdio às falas desse tal de Guilherme Maciel, filiado ao partido Novo”.

Deputado Sargento Rodrigues

LEIA MAIS: Entidades sindicais rebatem Zema e cobram retratação pública

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Leandro Moreira

Zema falou das racahadinhas, isso existe a décadas, zema falou dos cabides de emprego público, isso acontece a décadas, é por ser verdade que o zema está sendo processado, ele não falou nada além da verdade.

Victor Joao

Na verdade ele não falou diretamente né? Tomou o cuidado de dizer que “não sei se é algum tipo de rachadinha” pra fins jurídicos é apenas uma hipótese colocada, não uma afirmação.

Maria Silvana

professores que sobraram dos governos passados, especialmente em Minas gerais, são tendenciosos, militantes e doutrinadores do PT. Poucos ensinam o que de fato deveriam ensinar. E produzem sim, estudantes analfabetos.

Victor Joao

Quem elege alguém como esse sargento rodrigues merece o país onde mora.

Dourado Brasilis

Será que a Saúde será relegada depois que passar a tempestade? Antes se disse q n era essencial, q bastava investir em outros setores q os atendimentos diminuiriam: só a tesoura q falava querendo cortar até 50% da remuneração do andar de baixo e privatização dos hospitais. A realidade mostrou o outro lado, né? Lembre-se disso, governador.