“Todos que polarizaram perderam as eleições”, apontou a prefeita reeleita de Contagem (Grande BH), Marília Campos (PT), referindo-se às eleições municipais de 2024. “Eu sou tetra”, acentuou ela, referindo-se ao quarto mandato conquistado. Sua mensagem foi dirigida ao seu candidato e do presidente Lula para assumir a presidência nacional do PT, Edinho Silva, neste ano.
O petista esteve na cidade, na segunda (10), para abrir a campanha ao cargo e prestigiar o lançamento do livro “O Brasil olha para Contagem”, de autoria do economista e marido da prefeita, José Prata de Araújo, e do sociólogo Ivanir Corgosinho.
Edinho entendeu parcialmente a lição de Marília e disse que irá conversar com todos os partidos democratas para derrotar o fascismo (bolsonarismo). Antes disso, terá que fazer aliança com o eleitorado, resgatando a esperança dele e a credibilidade do partido e do próprio Lula. “É um processo de reconquistar as pessoas, fazendo a diferença na vida delas. O projeto político não é do PT, mas de uma prefeita que foi eleita e que vai governar para todos. Essa é a discussão central”, reforçou a prefeita Marília
Livro registra a tática vitoriosa
No evento, Edinho Silva teve a oportunidade de participar do lançamento do livro ‘O Brasil olha para Contagem’, que narra como Marília Campos construiu uma frente ampla com 16 partidos e venceu a eleição para a prefeitura no primeiro turno, com 60,68% dos votos.
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De acordo com a obra, Contagem se tornou um exemplo de despolarização da política no Brasil nas eleições passadas. Além da votação de mais de 60% dos votos, conquistando as oito regiões da cidade e 64 dos 66 bairros, Marília concluiu seu terceiro mandato, em dezembro passado, com 80% de aprovação popular.“A verdadeira transformação acontece na base da sociedade, nas cidades. Contagem e o Brasil merecem uma política sem ódio, sem intolerância, sem confrontos desnecessários e irracionais. A esperança, o amor e a empatia têm que desenhar os parâmetros do futuro”, pontuou o petista.
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Projeto Pacheco
Edinho Silva ainda manifestou simpatia por eventual aliança para apoiar a candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD) ao governo de Minas Gerais em 2026. “O ideal seria o PT lançar candidatos em todos os estados do Brasil. Agora, debatemos uma conjuntura muito difícil que vivemos no país. É um momento muito delicado e nós temos que fazer essa avaliação conjuntural estado por estado e construir, sim, alianças que impeçam o avanço do fascismo”, avaliou ele, em sintonia com o presidente Lula, que, neste ano, lançou por duas vezes o nome de Pacheco para as eleições estaduais do ano que vem.
Ainda no evento, Edinho falou sobre a disputa para o futuro Senado Federal. No ano que vem, os eleitores elegerão dois dos três representantes de cada estado. “Nós corremos o risco de eleger no Senado Federal uma maioria não de direita, da direita democrática, mas do fascismo fazer maioria no Senado Federal”, alertou.
Disputa local
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De acordo com os autores do livro, Prata e Corgosinho, as eleições municipais não foram e não seriam, exceto em casos muito particulares, nacionalizadas. “Em Contagem, nunca acreditamos num terceiro tempo entre Lula e Bolsonaro. Na acachapante maioria dos casos, foram as questões locais (o buraco da rua) que mexeram com a cabeça do eleitor e determinaram seu voto. Essa convicção orientou a estratégia eleitoral da prefeita Marília Campos e a levou a uma vitória inquestionável, já no primeiro turno, exatamente contra a direita bolsonarista. Por essa razão, Contagem virou estrela. Por essa razão, o Brasil olha para Contagem”.
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