Novo ignora omissão do ministro das queimadas ou pensa em expulsão Novo ignora omissão do ministro das queimadas ou pensa em expulsão

Novo ignora omissão do ministro das queimadas ou vai expulsá-lo

  • por | publicado: 22/08/2019 - 16:23 | atualizado: 23/08/2019 - 16:28

Ministro Ricardo Salles é vaiado em Salvador, reprodução YouTube

Enquanto o partido Rede Sustentabilidade anunciou, nesta quinta (22), que irá pedir o impeachment do ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles (Novo), ao Supremo Tribunal Federal (STF), o partido dele assiste a tudo calado.

O presidente nacional do Novo, o empresário João Amoêdo, muito menos o governador de Minas, Romeu Zema, detentor do principal cargo do partido, se manifestaram.

De duas, uma: ou o partido Novo ficou velho em apenas oito meses de experiência na administração pública ou Amoêdo está pensando, como disse uma fonte, em expulsá-lo da legenda para não queimar, além das florestas amazônicas, o filme da novidade partidária.

O partido Rede acusa Salles de crime de responsabilidade na condução da política ambiental. Cabe ao STF analisar pedidos de impeachment de ministros de Estado.

Os filiados à Rede acusam o ministro de afrontar a Constituição Federal ao alterar a governança do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que reúne representantes do governo e de ONGs para discutir as políticas ambientais no país.

“Está havendo um verdadeiro desmonte na área ambiental”, disse o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), autor do pedido em parceria com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e pela deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR).

Ministro tenta justificar a omissão

Já o ministro Ricardo Salles contestou omissão de sua pasta na aplicação de políticas de combate ao desmatamento da Amazônia. Disse que as queimadas em Mato Grosso são fonte de preocupação e que tomará providências nas áreas afetadas. Ainda assim, Salles foi vaiado diversas vezes, nessa quarta (21), durante o terceiro dia da Semana Latino-Americana sobre Mudança do Clima, evento da ONU (Organização das Nações Unidas) sediado em Salvador.

Ministro de Bolsonaro é vaiado em evento da ONU em Salvador

Bolsonaro ataca INPE e ONGs, mas poupa a CNI

“Não há nenhuma omissão do ministério. Se nós olharmos, todas as regras aplicáveis ao desmatamento ilegal foram mantidas. Todas as estratégias continuaram sendo atuadas. Infelizmente, tanto os estados quanto o governo federal sofrem em razão da crise econômica de cortes orçamentários, e isso atrapalha também operações de fiscalização tanto nos estados quanto em nível federal”, disse ele.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Costa

Apenas por ser filiado? Não faz sentido.

Dayve Dmp

Quem escreveu está reportagem está mau intencionado. Por que o partido deveria fazer algo? Por acaso as queimadas foram invenção do Bolsonaro? Nunca aconteceram? E o que os governos anteriores planejaram? Tá aí o resultado…. Que vergonha, jornalista desonesto se aproveitando da situação!

Cristiano

Partido Novo já publicou nota na qual informa que o Ministro não exerce nenhuma atividade ou cargo partidário, não foi indicado ao cargo pelo partido, é apenas mais um entre os mais de 47 mil filiados. Portal Uai totalmente tendencioso com essa matéria.

Sebastiao Nogueira

o MINISTRO É FILIADO AO PARTIDO #NOVO, MAS NÃO REPRESENTA O PARTIDO NO GOVERNO.

Marechal Tainha

…um governo desastroso

Marechal Tainha

Vários filiados do Novo estão locados na pasta de Meio ambiente, …e muita coincidência!!!

Marechal Tainha

Dezembro de 2018
O presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou neste domingo (09) o nome do novo ministro do Meio Ambiente: o advogado Ricardo Salles, ex-secretário de Meio Ambiente de São Paulo no governo Alckmin (2016-2017). Como um dos fundadores do Movimento Endireita Brasil (MEB) e apoiado por ruralistas, Salles já esteve nas manchetes graças a declarações polêmicas de apoio à ditadura e em defesa da pena de morte. Entre outros processos sofridos, em 2017, Salles se tornou réu em uma ação civil do Ministério Público Estadual sob a acusação de participar de alteração ilegal do zoneamento do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, para favorecer empresas ligadas à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Agora, foi nomeado para a pasta de meio ambiente.

Marechal Tainha

Durante a campanha eleitoral, o presidente eleito ganhou apoio da bancada ruralista do Congresso e se comprometeu com uma extensa agenda de retrocessos, ameaçando atacar as áreas de florestas protegidas, diminuir a atuação do Ibama e aprovar leis como a que libera o uso descontrolado de agrotóxicos no Brasil, além de enfraquecer o licenciamento ambiental.

A nomeação de Salles ocorre no momento em que a área ambiental recebe más notícias: o desmatamento da Amazônia registrou o maior índice dos últimos dez anos, e o país acaba de retirar sua candidatura para sediar a COP-25. Além disso, o futuro Ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, deu declarações em que nega a existência das mudanças climáticas, prometendo colocar o país na contramão dos esforços realizados por mais de 190 países. Com a decisão de não sediar mais a COP em 2019, Bolsonaro começa a cumprir sua lista de ameaças ao meio ambiente.

“Seguindo as promessas do presidente eleito, a principal função do novo ministro será a promoção de uma verdadeira agenda antiambiental, colocando em prática medidas que resultarão na explosão do desmatamento na Amazônia e na diminuição do combate ao crime ambiental. O que já está ruim, pode piorar”, avalia Astrini