Política

Novo ignora omissão do ministro das queimadas ou vai expulsá-lo

Enquanto o partido Rede Sustentabilidade anunciou, nesta quinta (22), que irá pedir o impeachment do ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles (Novo), ao Supremo Tribunal Federal (STF), o partido dele assiste a tudo calado.

O presidente nacional do Novo, o empresário João Amoêdo, muito menos o governador de Minas, Romeu Zema, detentor do principal cargo do partido, se manifestaram.

De duas, uma: ou o partido Novo ficou velho em apenas oito meses de experiência na administração pública ou Amoêdo está pensando, como disse uma fonte, em expulsá-lo da legenda para não queimar, além das florestas amazônicas, o filme da novidade partidária.

O partido Rede acusa Salles de crime de responsabilidade na condução da política ambiental. Cabe ao STF analisar pedidos de impeachment de ministros de Estado.

Os filiados à Rede acusam o ministro de afrontar a Constituição Federal ao alterar a governança do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que reúne representantes do governo e de ONGs para discutir as políticas ambientais no país.

“Está havendo um verdadeiro desmonte na área ambiental”, disse o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), autor do pedido em parceria com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e pela deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR).

Ministro tenta justificar a omissão

Já o ministro Ricardo Salles contestou omissão de sua pasta na aplicação de políticas de combate ao desmatamento da Amazônia. Disse que as queimadas em Mato Grosso são fonte de preocupação e que tomará providências nas áreas afetadas. Ainda assim, Salles foi vaiado diversas vezes, nessa quarta (21), durante o terceiro dia da Semana Latino-Americana sobre Mudança do Clima, evento da ONU (Organização das Nações Unidas) sediado em Salvador.

Ministro de Bolsonaro é vaiado em evento da ONU em Salvador

Bolsonaro ataca INPE e ONGs, mas poupa a CNI

“Não há nenhuma omissão do ministério. Se nós olharmos, todas as regras aplicáveis ao desmatamento ilegal foram mantidas. Todas as estratégias continuaram sendo atuadas. Infelizmente, tanto os estados quanto o governo federal sofrem em razão da crise econômica de cortes orçamentários, e isso atrapalha também operações de fiscalização tanto nos estados quanto em nível federal”, disse ele.

Orion Teixeira

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  • Quem escreveu está reportagem está mau intencionado. Por que o partido deveria fazer algo? Por acaso as queimadas foram invenção do Bolsonaro? Nunca aconteceram? E o que os governos anteriores planejaram? Tá aí o resultado.... Que vergonha, jornalista desonesto se aproveitando da situação!

  • Dezembro de 2018
    O presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou neste domingo (09) o nome do novo ministro do Meio Ambiente: o advogado Ricardo Salles, ex-secretário de Meio Ambiente de São Paulo no governo Alckmin (2016-2017). Como um dos fundadores do Movimento Endireita Brasil (MEB) e apoiado por ruralistas, Salles já esteve nas manchetes graças a declarações polêmicas de apoio à ditadura e em defesa da pena de morte. Entre outros processos sofridos, em 2017, Salles se tornou réu em uma ação civil do Ministério Público Estadual sob a acusação de participar de alteração ilegal do zoneamento do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental da Várzea do Rio Tietê, para favorecer empresas ligadas à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Agora, foi nomeado para a pasta de meio ambiente.

  • Durante a campanha eleitoral, o presidente eleito ganhou apoio da bancada ruralista do Congresso e se comprometeu com uma extensa agenda de retrocessos, ameaçando atacar as áreas de florestas protegidas, diminuir a atuação do Ibama e aprovar leis como a que libera o uso descontrolado de agrotóxicos no Brasil, além de enfraquecer o licenciamento ambiental.

    A nomeação de Salles ocorre no momento em que a área ambiental recebe más notícias: o desmatamento da Amazônia registrou o maior índice dos últimos dez anos, e o país acaba de retirar sua candidatura para sediar a COP-25. Além disso, o futuro Ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, deu declarações em que nega a existência das mudanças climáticas, prometendo colocar o país na contramão dos esforços realizados por mais de 190 países. Com a decisão de não sediar mais a COP em 2019, Bolsonaro começa a cumprir sua lista de ameaças ao meio ambiente.

    “Seguindo as promessas do presidente eleito, a principal função do novo ministro será a promoção de uma verdadeira agenda antiambiental, colocando em prática medidas que resultarão na explosão do desmatamento na Amazônia e na diminuição do combate ao crime ambiental. O que já está ruim, pode piorar”, avalia Astrini

  • Partido Novo já publicou nota na qual informa que o Ministro não exerce nenhuma atividade ou cargo partidário, não foi indicado ao cargo pelo partido, é apenas mais um entre os mais de 47 mil filiados. Portal Uai totalmente tendencioso com essa matéria.

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