Em uma parceria com a Revista MatériaPrima, fomos atrás de políticos, personalidades e gente do povo, do meio cultural e artístico, para saber o que 2022 nos ensinou, neste ano tão marcado por conflitos, acusações e muita mentira na imprensa e nas redes sociais. Foi um ano perdido? Certamente que não.
Sobrevivemos à Covid, a despeito de mais de 700 mil cruzes espetadas em cemitérios, muitos abertos exclusivamente para acolher os corpos de vítimas da inesperada pandemia.
O brasileiro, mais especificamente o mineiro, tem na alma a eterna esperança dos dias ainda melhores. Todos alimentam a esperança de que o pior (nas relações políticas e humanas) já passou. Mineiro é assim mesmo. Vamos conferir?
Sempre pronta para as mudanças
Em 2022, aprendi que devemos estar sempre prontos para mudanças inesperadas no curso da vida. E que elas, raras vezes, dependem de nós!
Mônica Sifuentes, desembargadora e presidente do TRF6
Vejo o mundo com as minhas cores
O ano de 2022 reforçou em mim uma ideia que sempre me cativou: nós vemos o mundo com as cores que temos dentro de nós. A experiência humana no geral é complexa, difícil, multifacetada e imprevisível . Mas é bonita, muito bonita! Cabe a nós, somente a nós, desfrutá-la plenamente, com amor, e sem ódio, veneno que hoje infelizmente parece introjetado em parte significativa da sociedade brasileira.
Paulo Brant (PSDB), vice-governador de Minas
Nosso grande patrimônio
O ano de 2022 me ensinou a valorizar o amor, a amizade e a família. A vida é um sopro e merecemos viver intensamente cada momento e agradecer tudo que somos e temos.
Rosimere das Graças do Couto, juíza e vice-presidente da Amagis e da AMB
Ano que nunca termina
2022 é um ano que demorará a acabar. Vivemos em um país dividido e conflituoso. A esperança é que as coisas se acomodem com discursos dos líderes voltados para a pacificação. O que houve de bom, também estamos amadurecendo. A nossa democracia sobrevive fortemente.
Jarbas Soares Júnior, procurador-geral de Justiça de Minas
Aprendi com as divergências
O ano de 2022, de tantos embates em nossa sociedade, nos evidenciou que precisamos, cada uma e cada um de nós, atuarmos dia após dia em busca da pacificação das relações, entender as diferenças e aprender com as divergências. Assim poderemos construir um país harmonioso, assegurando o estado democrático de direito, a dignidade e o pleno exercício da cidadania.
Raquel da Costa Dias, defensora pública-geral de Minas Gerais
Um ano de muitas mentiras
O ano de 2022 foi marcado pela intolerância, disseminação do ódio, da mentira e da discórdia. Porém, acredito no reencontro do homem consigo mesmo e, por consequência, no exercício da fraternidade, do respeito e da compaixão. Esses são os pilares da sociedade em que acreditamos: pacífica e solidária. Que assim seja o ano de 2023.
Nelson Missias de Morais, ex-presidente do TJMG
Não podemos transigir
A vida me ensinou em 2022 que não se pode transigir minimamente sobre valores fundantes da sociedade, como o respeito à dignidade da pessoa humana, à luta pela redução das desigualdades sociais e o combate a todas as formas de discriminação, sob pena de retrocesso civilizatório. A esperança há sempre de triunfar sobre a falsidade, o ódio e o medo.
Fernando Campelo Martelleto, defensor e presidente da Associação das Defensoras e Defensores Públicos de Minas
Aprendi a viver sempre o presente
Desde o início da pandemia, o que temos aprendido cada vez mais é valorizar nossas relações afetivas. Valorizar a nossa saúde e aqueles quem a gente ama. A vida me ensinou a viver o presente e acreditar em sempre ser uma liderança que pode fazer a diferença!
Marcelo de Souza e Silva, presidente da CDL/BH e presidente eleito do Sebrae-MG
As divergências foram ressaltadas
2022 foi um ano em que ficaram evidentes as nossas diferenças. Fomos levados, de forma mais contundente, a meditar sobre o quanto precisamos harmonizar nosso caminhar. Essa reflexão precisa trazer a consciência da necessidade de construção conjunta e de evitar a competição destrutiva. Diferenças sempre teremos, sempre competiremos, mas ficou clara a urgência de cuidar para que não comprometamos a evolução da espécie humana.
Sara Costa Felix Teixeira, presidente da Associação dos Funcionários Fiscais de Minas
A busca do diálogo é fundamental
Que dialogar é desafiador. O diálogo mexe com seus medos em consonância com a dor. Não apenas te tira da zona de conforto como também é capaz de abrir seus olhos. Enxergando, sob perspectivas distintas, você muda, seu mundo muda. Alcançamos aperfeiçoamento e transformação em nossas vidas. Vamos dialogar mais?
Larissa Rodrigues Amaral, presidente da Associação Mineira do Ministério Público (AMMP)
“Devemos sempre ser humildes”
Ensinou-me a reconhecer que o discernimento e a ponderação devem presidir nossas decisões em todas as esferas. Que a compreensão crítica e esclarecida do contexto do qual estamos inseridos em diversas situações do dia a dia nos permite ter a noção correta do todo e não somente de uma parte isolada que o integra. Ensinou-me que ter acesso à informação factual de qualidade é um pressuposto indispensável no seio de um regime democrático autêntico.
Aprendi que o respeito à diversidade e ao pluralismo nos torna mais tolerantes. Aprendi que somos partes de um grande e planetário ecossistema anímico. Ensinou-se que a vivência da regra de ouro “não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem com você” nunca se fez tão presente num país de hiperpolarização raivosa.
Ensinou-se que a empatia deve ser vivenciada e seu exercício nos torna seres humanos mais saudáveis mentalmente, uma verdadeira medicina preventiva para a alma. Que a irritabilidade, a impulsividade , o faniquito, o ódio, a raiva, o orgulho, a vaidade e a prepotência evidenciam uma situação de enfermidade, verdadeiras chagas de nossa sociedade contemporânea.
Que a humildade intelectual apoiada na máxima de Sócrates “Só sei que nada sei” deve ser urgentemente praticada por nós, uma ferramenta monumental para nossa evolução intelecto-moral, porquanto a aprendizagem não é algo dado, mas construída diariamente por intermédio da arte de fazermos perguntas adequadas. Perguntar é preciso, questionar é preciso, duvidar é preciso, refletir é preciso. Ensinou-me que devemos ser verdadeiramente humildes, adotando a lucidez para valorizarmos os dados e as evidências científicas, isso sim nos permite evoluir hoje e sempre.
Humberto Lucchesi de Carvalho, advogado e presidente da Comissão de Defesa da Liberdade de Expressão da OAB/MG
É tão importante ouvir quanto falar
Um ano de renascimento humanista foi minha reflexão em 2023, e decorrente dela, aprendi a cuidar mais de mim, silenciar e ouvir mais. A iminência da morte na pandemia deixou essa permanência em mim, de que, de fato, daqui só se leva o amor.
Leônidas José de Oliveira, Secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais
Temos que persistir
Neste ano, tivemos a eleição mais importante das nossas vidas e, pude perceber o quanto é necessária a perseverança. Com certeza, este é um saldo positivo do nosso aprendizado. Assim como Lula na disputa pela Presidência, coloquei, com clareza, os meus objetivos e programas como candidato a deputado federal, e o resultado foi muito satisfatório: 185.918 votos. Agora, estando na Comissão de Transição, a tarefa é preparar para termos um 2023 com um começo exitoso e um bom governo.
Rogério Correia, deputado federal
A lealdade gera frutos
2022 me ensinou, mais uma vez, que meus pais tinham razão ao me ensinar que eu deveria me manter leal aos meus princípios e valores. Segui 2022 assim, como tenho feito durante toda minha vida, e os frutos vieram.
Foi um ano desafiador em muitos aspectos, especialmente como gestor, mas finalizamos com balanço extremamente positivo. Nossa jornada à frente da administração pública é trilhada, diuturnamente, com foco, disciplina, dedicação e, claro, amor! Acredito nas práticas da verdadeira governança pública (que, hoje, já é realidade em Diamantina) e na grandeza que é cuidar de gente, inclusive empoderando a equipe que me ajuda a construir essa nova realidade.
Nossa administração vem sendo reconhecida, por inúmeros canais, como diferenciada, séria e eficiente. Entre todos esses meios está o que mais importa: o povo por quem trabalhamos incansavelmente dia e noite.
Diamantina termina 2022 ainda melhor, e sou grato a Deus e a quem caminha ao meu lado por isso. É maravilhoso poder honrar a missão que me foi confiada.
Juscelino Brasiliano Roque, prefeito de Diamantina
Transformação permanente
Em 2022 a vida me ensinou que, a todo momento, as pessoas se transformam. Estamos saindo de uma pandemia muito severa e nossa vida está aos poucos voltando ao normal. Muita gente saiu transformada dessa terrível experiência, dando muito mais valor às pequenas alegrias da vida do que se preocupando com grandes acontecimentos para serem felizes.
Luciano Pimenta, presidente da Associação Mineira de Rádio e Televisão
Coragem e luta para evitar recuos
2022 foi um ano desafiador. Foi preciso ter coragem para lutar contra os retrocessos, contra os ataques ao povo mineiro, para defender direitos e um projeto de futuro para todos. Foi um ano que nos ensinou a ser ainda mais tolerantes, a ter perseverança, paciência e a acreditar que a luta sempre vale a pena. Um ano que nos deixou mais fortes para enfrentar os desafios e trilhar um caminho ao lado dos que acreditam em justiça social e dos que lutam por um futuro melhor.
Cristiano Silveira, deputado estadual
Diga não aos intolerantes
Os intolerantes não devem ser toleráveis se quisermos manter a democracia, a liberdade e a justiça.
Felipe Nunes, diretor do Instituto Quaest de Pesquisas
A democracia é a maior riqueza
O ano de 2022 vai entrar de forma muito significativa para a história do Brasil, pois aprofundou a compreensão de que a democracia é o bem maior de um povo. Ele nos ensinou que a democracia é mais do que somente um governo da maioria; significa uma política voltada para a construção de um Estado democrático de direitos, no qual a vida não é uma palavra vã. Falo de um Estado em que a sociedade se mobiliza no combate a toda forma de preconceito e exclusão, e sobretudo, onde o ódio não há de prevalecer.
2022 foi para o Brasil o ano da vitória da democracia e, acima de tudo, marcou a derrota do fascismo em sua nova versão, pós-integralismo dos anos 1930. Não tenho dúvidas de que o ano de 2022 será um capítulo importante de estudo na História do Brasil, pois demarcou a opção do nosso povo pela democracia e por um país em que, acima de toda a forma de conservadorismo e intolerância, prevalecem os direitos, a justiça social e a pluralidade.
Durval Ângelo, conselheiro corregedor do Tribunal de Contas de Minas Gerais
Os valores éticos são permanentes
2022 trouxe uma experiência e aprendizado novos aos relacionamentos e na maneira de vermos o mundo. Mais do que nunca, reaprendemos que o respeito às diferenças é fundamental para uma convivência pacífica e dialógica. Sejam quais forem as transformações, e o mundo está sempre mudando, nossos valores civilizatórios devem ser permanentes. Mais que tudo, a democracia é fundamental em nossas vidas e ações.
Edson Mateus, presidente do Sindifisco-MG
É imprescindível valorizar parcerias
Eu vejo 2022 como um ano muito importante de reconstrução das nossas vidas em sociedade após um período pandêmico que deixou marcas profundas. A vida me ensinou o quanto é importante valorizar as relações pessoais e, mais que isso, marcar presença em momentos com as pessoas que amamos. Enquanto vereador de Belo Horizonte, este ano representou a importância da maturidade e valorização das parcerias que são imprescindíveis para a construção de uma cidade melhor para todos os belo-horizontinos.
Gabriel Azevedo, vereador de Belo Horizonte
Aprendi a re-esperançar
Em 2022, a vida me ensinou a encarar os desafios de um Brasil dividido entre a esperança e o ódio. Por isso, depurei minhas relações e círculos de convivência. Reuni forças para enfrentar a engenharia da morte, patrocinada pelo projeto bolsonarista e reforcei meu compromisso com um projeto que garanta a todos o direito de ter direitos. Em 2022, a vida me ensinou a re-esperançar.
Miguel Ângelo Monteiro de Andrade, deputado federal eleito
Nem tudo é negociável
A vida me ensinou que vale a pena permanecer fiel e leal às nossas convicções mais profundas e que por elas vale a pena lutar, mesmo que, à primeira vista, isso pareça arriscado ou desaconselhável. Tem crenças que são inegociáveis. E elas nos definem.
Rogério Tavares, presidente da Academia Mineira de Letras
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