"Temos um problema em Minas", diz Lula sobre Pacheco "Temos um problema em Minas", diz Lula sobre Pacheco

“Temos um problema em Minas”, diz Lula sobre Pacheco

O senador Pacheco disse ontem, durante evento em Pouso Alegre, que recolocou Minas no mapa do Brasil, foto Divulgação

Ante a indefinição e pouco desejo de seu pré-candidato a governador, o presidente Lula (PT) fez um desabafo. “Temos um problema em Minas”, disse ele a um aliado, referindo-se e admitindo a possibilidade de o senador Rodrigo Pacheco (PSD) não querer disputar em Minas. O foco da preocupação do petista não é pela falta de candidato ao governo em 2026. O risco maior, na avaliação do presidente, seria a ausência de palanque forte em Minas que sustente e defenda sua própria candidatura à reeleição.

O desabafo presidencial foi dado 18 dias depois que ele esteve em Minas (Mariana e Contagem), onde voltou a defender o nome de Pacheco. Mais que isso, o chamou de “futuro governador” diante do próprio senador. Todo o esforço de Lula, convencendo as alas mais à esquerda de seu partido, não tem dado ainda resultados objetivos.

Campanha bastante dura

As reações do senador têm sido instáveis, em alguns momentos, sinaliza interesse; em outros, descrença. Há consenso de que o plano A dele é ser indicado ministro do STF; o plano B seria disputar o governo de Minas. Soma-se a isso o estilo de Pacheco, que é de político que não gosta de briga e do enfrentamento, ainda mais sabendo que a campanha 2026 será muito polarizada e bastante dura.

A campanha estadual caminha para posição de defesa e de desconstrução da gestão Zema, ou seja, não será feita com beijinhos. Por enquanto, tudo é especulação, o que, de alguma forma, paralisa a campanha antecipada. Para o STF, ainda não há sinais de vaga.

Caso Pacheco, realmente, não queira, restariam a Lula apenas duas alternativas: a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT) e o ministro das Minas e Energia, Alexandre da Silveira (PSD). No quarto mandato de prefeita, um feito inédito na política, a petista seria mais competitiva do que o ministro, mas descarta. Silveira gostaria de ter um futuro mais seguro.

Pacheco “lança” seu vice

Ao contrário da preocupação de Lula, Pacheco teve, ontem, uma manhã de plano B. Inaugurou a ala oncológica do Hospital Samuel Libânio, em Pouso Alegre (Sul), para onde destinou R$ 30 milhões em emendas. Segundo os presentes, ele teria lançado o nome do deputado federal Rafael Simões (União) como candidato a vice em sua provável chapa ao governo de Minas. “Você terá um futuro elevado, destacando Sul de Minas em composições majoritárias”, disse Pacheco. Ao final de seu discurso, o senador foi ovacionado aos gritos de “governador”. Em toda sua fala, ele priorizou a saúde pública como se fosse proposta de governo. Com o gesto de ontem, o senador busca também superar rejeições concentradas no interior, além do Sul, no Triângulo.

Discurso aprovado

De acordo com Pacheco, as discussões, brigas que, por vezes permeiam as redes sociais, de coisas que são desimportantes, não interessam à população. “O importante é realizar”, afirmou a representantes de 78 municípios mineiros durante o evento.

Ausência anotada

Causou surpresa a ausência do presidente estadual o PSD e deputado, Cassio Soares. Apesar de ser presidente do partido de Pacheco, de ter base no Sul de Minas e ser primo de Rodrigo Pacheco, o sobrinho da mãe do senador não apareceu. Nos comentários, disseram que ele já estaria fechado com o vice-governador Simões, de quem poderia ser o vice.

Simões põe futuro em risco

O vice-governador Mateus Simões (Novo) antecipou tanto a eleição estadual do ano que vem que experimentou certo desespero com a baixa pontuação nas pesquisas. Alguém lhe disse que precisava ser mais radical para subir nas pesquisas e ele resolveu pagar para ver. Agravou o discurso e, segundo o ministro Alexandre Silveira, foi deselegante com Lula. A reorientação marqueteira poderá ser eficiente contra o desespero, passar no teste para ser bolsonarista e crescer até 20% por conta disso. Até aí, nenhum mérito do marqueteiro. Depois disso, Simões terá jogado fora seu patrimônio e a possibilidade de conquistar o centro político, que decidirá a eleição.

Lula vai pra cima

Além de recorrer ao STF pela inconstitucionalidade da decisão do Congresso Nacional que derrubou seu decreto do IOF, Lula vai para o enfrentamento. Não é só pela derrota, mas pelo descumprimento do acordo que havia feito com os presidentes do Senado, David Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Mota. Sentiu-se traído por razões ainda não esclarecidas, porém imagináveis. Quem ouviu esse outro desabafo presidencial, deu o tom: “não dá mais para segurar, explode coração”.

José Dirceu e Dandara

Desembarca hoje, em BH, o ex-ministro José Dirceu e o candidato de Lula à presidência do PT nacional, Edinho Silva, também ex-ministro, para debater a sucessão do partido. O foco dos dois ex-ministros é garantir a candidatura a presidenta estadual de Dandara Tonantzin, atual deputada federal. A candidatura dela foi barrada pela executiva nacional por conta de dívida da petista com o partido e que já teria sido quitada, apesar de não formalizada pela instância partidária. A presença de Dirceu deverá impactar e contestar ainda a decisão da executiva nacional, que, em vez de fazer a disputa no voto, busca meios para barrar a candidatura.

ALMG na crise climática

A Assembleia Legislativa de Minas realiza, hoje, evento para marcar o encerramento do Programa de Aceleração do Prêmio Assembleia de Incentivo à Inovação – Crise Climática. O programa é uma parceria com o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC). O Demoday ou Dia de Demonstração é uma oportunidade para os empreendedores mostrarem resultados dos testes de viabilidade (provas de conceito) e avanços conquistados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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