Com PEC da Vingança, Câmara põe Ministério Público no corredor da morte Com PEC da Vingança, Câmara põe Ministério Público no corredor da morte

Com PEC da Vingança, Câmara põe Ministério Público no corredor da morte

  • por | publicado: 19/10/2021 - 14:31 | atualizado: 22/10/2021 - 14:35

O promotor Enéias Xavier conversa com os jornalistas André Salles, Murilo Rocha e Orion Teixeira, foto Humberto Alkmim/TV Band

A afirmação foi feita pelo presidente da Associação Mineira do Ministério Público (AMMP), promotor Enéias Xavier Gomes, ao denunciar a PEC 5 que a Câmara dos Deputados pretende votar. Por meio de manobras do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), deputados federais poderão votar nesta terça (19) a Proposta de Emenda Constitucional chamada de “PEC da Vingança”.

Esse nome está sendo dado no Sistema de Justiça, referindo-se à retaliação de alguns políticos que foram e estão sendo investigados pelo Ministério Público (MP). Para os críticos, em vez de aperfeiçoar o MP, a proposta visa acabar com os poderes do órgão, em uma vingança por causa dos desdobramentos da Operação Lava Jato.

“Essa PEC fragiliza e põe em risco o Ministério Público e a própria democracia, deixando o órgão numa situação de imensa fragilidade. Acaba com o valor mais caro da instituição, que veio com a Constituição Federal de 88, que é sua independência funcional. Isso nos coloca no corredor da morte”, advertiu Enéias Xavier durante entrevista ao programa Entrevista Coletiva da TV Band/Rádio Band News em parceria com esse site. Ele está em Brasília, nesta terça, fazendo corpo a corpo junto aos deputados federais para convencê-los da inconstitucionalidade da medida.

Indicações políticas para o CNMP

Por meio dessa PEC, Lira pretende atingir a autonomia e independência funcional de promotores, promotoras, procuradores e procuradoras de Justiça. Ou seja, em poucas palavras, limitar as investigações, especialmente sobre os políticos.

A PEC quer alterar a composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que hoje é feita de forma técnica, para critérios políticos. Pelo texto em discussão, o CNMP terá 17 integrantes (ante os atuais 14), sendo cinco indicados ou eleitos pelo Poder Legislativo (hoje são dois). O cargo de maior interesse dos políticos é o de corregedor-geral que teria controle sobre a atuação dos integrantes do MP.

A votação do texto já foi adiada três vezes, por falta de acordo entre as lideranças da Câmara e de pressão por parte de integrantes do MP e de vários setores da sociedade.

Confira a entrevista com o presidente da AMMP, Enéias Xavier Gomes

Assista à entrevista na íntegra

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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