Não é de hoje que as frequentes viagens ao exterior de ministros do Tribunal da Contas da União (TCU), regadas por polpudas diárias, provocam questionamentos. De março para cá, e principalmente neste mês, o assunto ficou mais quente.
Exatamente nesta semana, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) patrocina missão em Israel, com representantes do topo do tribunal inseridos. A comitiva chegou no domingo (12/06) e fica até quarta (16/06). Na chegada, em Tel Aviv, os brasileiros foram recepcionados, portanto, pelo embaixador brasileiro, o general Gerson Menandro.
Algumas reportagens pegaram o viés dos ganhos dos ministros. Apontaram que as diárias de viagens pagas pelo Erário superam valores embolsados ordinariamente pela cúpula do TCU:
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- Diárias das viagens de ministros do TCU são maiores do que salário
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TCU sofre pressão do Congresso e Planalto
O tribunal é um ente administrativo, de apoio na fiscalização pelo Congresso dos gastos públicos federais, principalmente da União. Mas, além do Executivo, também dos órgãos do chamado “Sistema S”, que inclui Senai e Sesi (vinculados à CNI) e o Sebrae.
O TCU atua de forma colegiada. Mas, frequentemente a sua independência nas decisões geram questionamentos. Isso se deve ao enorme peso político que sofre nos limites da Praça dos Três Poderes. Dos nove (9) ministros, seis (6) são escolhidos pelo Congresso, um (1) pelo Executivo e, dois (2), Ministério Público.
STJ também; e quatro Andrade
A delegação da confederação é a “25ª edição do Programa de Imersões em Ecossistemas de Inovação da CNI”. De acordo com o portal da entidade, “são mais de 40 empresários, autoridades, gestores de empresas e pesquisadores”. Em listagem que o ALÉM DO FATO teve acesso, nesta segunda (13/06), constam 46 nomes e os números dos respectivos passaportes. Este site solicitou à CNI a relação completa. Entretanto, não houve resposta até o fechamento deste post.
Além de três ministros do TCU, figura, entre as “autoridades”, uma ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Entre integrantes da viagem a Israel, o sobrenome Andrade aparece quatro vezes. É o mesmo do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. Mas, pode até não haver parentesco algum. Isso, portanto, seria mera coincidência.
Além disso, contando com Robson, três são identificados como de Minas Gerais. Portanto, outra coincidência: mesmo estado presidente da entidade patrocinadora da missão.
Carlos Melles, ex-deputado federal por MG e presidente do Sebrae, está lá com o seu staff.
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