O ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, está vagando pelo mundo das condecorações da Escola Superior de Guerra (ESG). Isso a despeito de um país sepultando diariamente milhares de mortos pela Covid-19 e um general da ativa e ex-ministro de Estado da Saúde, Eduardo Pazuello, pivô, nesta quinta (27/05), de risco de ruptura entre militares no Exército, Marinha e Aeronáutica. Braga Netto assinou portaria (GM-MD Nº 2.324), na terça (25/05), que trata de distintivo a ser usado no peito de formados no Curso Superior de Inteligência Estratégica (CSIE), da ESG.
Braga Netto é general de Exército (quatro estrelas) desde julho de 2016. Mas, por pressão, dentro do Exército, passou para reserva em 2020, ao assumiu como ministro-chefe da Casa Civil. Pazuello, é general-de-Divisão (três estrelas), desde 2018 (general-de-Brigada, em 2014). Entretanto, ao contrário de Braga Netto, resiste, desde enquanto esteve ministro e agora, e não foi para reserva.
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Estampada em ouro
A peça poderá ser usada por quem concluiu o CSIE desde 2002 para cá, ou seja, nas últimas duas décadas. Mas, não se trata de distintivo qualquer nem tão sóbria. “Art. 2º O distintivo do CSIE constituirá uma peça única, estampada em ouro e esmaltada nas partes coloridas, com tamanho e forma de acordo com o modelo constante do Anexo a esta Portaria e com as seguintes características: (…) – (sic). A portaria foi publicada hoje.
O distintivo carrega mensagem clara daquilo que a sociedade espera das Forças Amadas como instituição de Estado: “II – sotoposto ao emblema, um listel em azul-turquesa, filetado em ouro, emoldura a base da circunferência contendo em dourado a inscrição “Cognoscere ut Consilium Dare” (conhecer para assessorar)”.
A mesma portaria permite que estagiários civis da ESG diplomados no CSIE o uso do referido distintivo. Mas será uma peça inferior: “(…) poderão usar na lapela uma miniatura do distintivo”.
Pazuello e os problemas
O general Pazuello é apontado, enquanto foi ministro da Saúde (16 de maio de 2020 a 23 de março 2021), como um dos principais responsáveis pelos dois colapsos do sistema público de saúde em Manaus (AM) e as causas de centenas de mortes pela Covid-19. Além disso, é acusado de cúmplice das ordens do presidente da República, Jair Bolsonaro (capitão reformado do Exército), na imposição ao SUS para inclusão da hidroxicloroquina (Cloroquina) e medicamentos de eficácia não comprovada em protocolos para aquela infecção. Pazuello, enquanto ministro da Saúde, aprovou práticas não recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS – Nações Unidas) para tratamento da infecção Covid-19.
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