O Iepha (Governo de Minas) adiou para 30 de setembro a abertura das eventuais propostas de empresas interessadas na “reforma” do Vapor Benjamim Guimarães. A justificativa para o adiamento é “alteração de algumas planilhas”. Esta é, assim, a segunda alteração no calendário do edital para a abertura das propostas: de 24/08 e 31/08.
Primeira viagem do vapor pelo rio São Francisco teria ocorrido nos anos da década de 1920. Com uma série de danos e, portanto, imprestável para navegação, a embarcação está amarrada em Pirapora (MG).
Iepha não concluiu em 2016
Anteriormente, por diversas vezes, o Governo de Minas anunciou reforma do equipamento, mas parou nos edital. A última, por exemplo, em setembro de 2016.
Na época, de acordo com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), responsável pela atual licitação (Concorrência 01/2020), seriam gastos acima de R$ 3 milhões. Contudo, a reforma não deslanchou. A embarcação é um bem patrimonial tombado.
DIMENSÕES:
- – Comprimento: 44 metros;
- – Boca moldada: 7,90 metros
- – Pontal moldado: 1,21 metro
- – Deslocamento leve: 195,2 toneladas;
- – Material do casco: aço
- – Material da superestrutura e casaria: madeira
O vapor teria sido construído no Mississipi (EUA), a partir de 1912. No Brasil, no entanto, navegou pelo Amazonas antes de ingressar nas águas do São Francisco.
Turistas tristes com abandono
O abandono da embarcação é relatado em diversas manifestações de decepção dos turistas que visitam Pirapora. No portal Tripadvisor, um visitante diz ter vivido “grande decepção” ao encontrar o Benjamim Guimarães “abandonado”. Outro, diz que foi “o maior fiasco” ir à Pirapora e manifestou “tristeza”, ao saber que “não tem mais Vapor”.
Um turista falou da decepção em ter incluído o vapor no roteiro das férias: “Tinha uma curiosidade antiga e resolvi fazer uma parada na viagem de férias para conhecê-lo (o vapor). Grande decepção e tristeza. Está abandonado e caindo aos pedaços”. Em mesma linha, outro registro: “Visitei a cidade de Pirapora em março/2019. Fiquei entristecida de ver o Rio São Francisco com tão pouca água, não existe as quedas d’água de longe dá para ver um pouco do curso do rio. Fomos ao museu outra tristeza, tudo abandonado, o Barco Benjamim Guimarães está ancorado abandonado”.
Mas, uma referência oficial para o estado crítico da embarcação é o detalhamento das planilhas para os serviços a serem executados. A licitação, aberta em 17 de julho, é na modalidade menor preço e por empreitada global.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
O patrimônio histórico e cultural do Brasil é tratado desta maneira. E assim o Turismo, a empresa que mais gera lucros sem destruir a natureza; vai se definhando…como o Rio São Francisco.