A surpreendente decisão do Conselho de Administração da Porto Seguro S.A., em 23 de dezembro, de trocar o diretor de Relações com Investidores, foi efetivada. No dia 02, conforme previsto. Todavia, o efeito surpresa permanece, diante da ausência de uma explicação à parte. A Ata divulgada não trouxe, por exemplo, o convencional agradecimento ao diretor que sai. Além disso, omitiu se foi demitido ou renunciou. E, de resto, tratou simplesmente como “substituição”.
A surpresa ganhou textura por conta do desempenho financeiro satisfatório da empresa nos primeiros nove meses de 2019, de R$ R$ 769,535 milhões. Isso foi 22,45% a mais que os R$ 628,417 milhões em mesmo período de 2018. O resultado segurou as pontas no crescimento, modesto, do lucro líquido, de 8,97%: R$ 1,008 bilhão (R$ 925,570 milhões, 2018).
De qualquer forma, desde o anúncio da troca do diretor, a indagação é: terá sido em função do último trimestre, com impacto no balanço anual, ainda não conhecido?
No lugar do engenheiro eletrônico Marcelo Barroso Picanço, portanto, a controladora Porto Seguro Itaú-Unibanco Participações S.A. colocou o contador Celso Damadi. Até 30 de setembro, a companhia teve receita acumulada de vendas de R$ 13,223 bilhões (R$ 13,202 milhões, em 2018). O total de ativos administrados pela Porto Seguro era de R$ 31,299 milhões (R$ 30,560 milhões, em 2018), e, o patrimônio líquido, R$ 8,040 bilhões (R$ R$ 7,643 bilhões, em 2018).
Seguradora vende ‘monitoramento’
A Porto Seguro é uma holding do setor de seguros e previdência. Até 20 de setembro, 70,82% das ações do seu capital social (323.293.030 ordinárias – com voto) pertenciam à Porto Seguro Itaú-Unibanco Participações. Do terço restante, 29,14% estavam em circulação no mercado (público) e, 0,04%, depositado em tesouraria.
Nesta sexta (10/01), a seguradora comunicou que a sua controlada Porto Seguro Proteção e Monitoramento Ltda negocia a transferência de ativos para a ADT Serviços de Monitoramento Ltda. “… os clientes de alarmes e videomonitoramento da Porto Seguro PM serão transferidos para a ADT”, assegura trecho da nota, assinada por Celso Damadi.
Essa transação, contudo, depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Mas, até a conclusão, a seguradora ligada ao Grupo Itaú-Unibanco garante a continuidade do atendimento aos clientes. De acordo com a seguradora, a ADT é “líder em alarmes monitorados em diversos países da América Latina, Europa, Ásia e Oceania”.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.