O presidente Jair Bolsonaro chamou um de seus consultores de campanha, em 2018, para ocupar o Ministério da Saúde. O cardiologista Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de cardiologia (SBC). Sua nomeação deverá ser publicada amanhã (16/03), em substituição ao general Eduardo Pazuello. Este sairá como o mais pisado entre todos os generais já demitidos ou que abandonaram o Governo Bolsonaro.
Desde a exoneração de Luiz Henrique Mandetta, Bolsonaro busca solução para a Saúde sempre em velha lista. Queiroga era cotado na escolha de Nelson Teich (17/04) para o lugar de Mandetta. Reveja aqui a publicação do ALÉM DO FATO, em 16/04/2018.
Naquela data figuravam as opções mais comentadas desde a última sexta-feira. Uma exceção era o médico e deputado Luiz Antônio Teixeira Jr (PP-RJ), que não esteve na lista de abril do ano passado. Mas, agora, figurou ao lado dos cardiologistas Marcelo Queiroga, que aceitou, e Ludhmila Abrahão Hajjar, que recusou.
Pazuello foi, em maio, um ponto fora da curva. Mas não chegou para combater a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Sua missão, portanto, foi muito mais a de militarizar o Ministério da Saúde.
Ludhmila tinha bom padrinho
Ludhmila tinha apoio do também cardiologista Antônio Luiz Macedo. Este foi um dos que cuidaram de Bolsonaro após o atentado, em 7 de setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG), durante a campanha. Portanto, um padrinho de peso.
Bolsonaristas venceram mais uma
A médica, contudo, divergiu redondo do chefe de Bolsonaro, que é negacionista. Ludhmila chegou contrariada e queixando-se dos ataques e ameaças de bolsonaristas radicais, nas redes sociais, por ser fiel à ciência. Disse isso ao interlocutor, que ironizou os fatos.
Mas, Ludhmila saiu dizendo que o “cenário (do país) é sombrio”.
Bolsonaro transfere culpa
Bolsonaro, nesta escolha, porém, foi mais rápido que nos casos Mandetta e Teich. Diante das constantes críticas internacionais ao Brasil teve, então, pressa e sacar Pazuello. Ou seja, transferiu a culpa para o militar.
O mundo acusa Bolsonaro de atrasar a política de combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Nos quatro cantos do planeta, portanto, uma só notícia: o Brasil assusta o mundo.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.