O coronel Darcton Policarpo Damião, que assume INPE, pregando “transparência”, foi diretor da Usiminas, empresa com siderurgia e mineração. Há cinco décadas (excluída a Samarco, em 2015), é maior poluidora da Bacia do Rio Doce, com descartes de águas de processo. A empresa extrai minério de ferro no complexo da Serra de Itatiaiuçu, em Igarapé. Nascido em Timóteo, também no Vale do Aço, Darcton foi diretor de Pesquisa e Inovação da Usiminas por quatro anos, até 2012.
Ele foi diretor de Pesquisa e Inovação da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) por quatro anos (até 2012). Era responsável, junto à Iveco (FCA) e o Exército, pelo desenvolvimento da tecnologia das chapas de aço balísticas para os blindados Guarani. Esse aço tipo é importado pela montadora.
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Oficial reserva da Aeronáutica, será, de início, interino como presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Mas, pelo discurso de antes de posse, pousará levando no bolso do paletó carta de demissão por datar. É que promete manter exatamente aquilo que causou irritação do presidente Jair Bolsonaro e motivou demissão do antecessor: “transparência total”. Esse foi o cartão de visita apresentado, em entrevista ao “Estadão”.
Coronel manterá INPE on-line?
Ainda na presidência do INPE, Ricardo Galvão refutou acusações de Bolsonaro, de divulgação de dados “falsos” sobre desmatamentos na Amazônia. O presidente o acusou de agir sob foco de interesses políticos e ONGs ambientais. O Instituto defendeu sua total “transparência” e credibilidade de sua história, respeitadas no mundo. O INPE reagiu, informando que os dados de monitoramento por satélite divulgados estão on-line (em tempo real) para o Governo. E que isso é uma forma de dar ao Planalto agilidade nas ações de fiscalização. O dados permanecem, até então, na Internet. O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, não saiu em defesa do INPE, subordinado a ele.
A pergunta é se, com o coronel Darcton, a transparência no INPE continuará on-line ou será off-line. “Ninguém vai esconder nada, dado nenhum, até porque não se consegue fazer isso”, pondera o novo chefe.
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Mas, Bolsonaro não criou a prática presidente da República enquadrar órgãos do segundo escalão que contrariam com pesquisas. Lula da Silva (PT) o fez, com Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A sucessora Dilma Rousse (PT) também.
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