Oposição aposta em emenda coletiva no plenário para mudar reforma de Zema Oposição aposta em emenda coletiva no plenário para mudar reforma de Zema

Oposição aposta em emenda coletiva no plenário para mudar reforma de Zema

Deputados votam projeto da reforma da previdência na Comissão do Trabalho, foto Luiz Santana/ALMG

Liderada pelo PT, a oposição na Assembleia desistiu de propor alterações na reforma da previdência na Comissão de Trabalho e Previdência. Convencidos de que as mudanças afetarão gravemente o futuro dos servidores, os integrantes desse colegiado optaram por rejeitar o texto.

A posição não era um consenso e chegou a provocar divisão interna entre os que queriam promover mudanças e os contrários. Com o acordo, a tendência, agora, é de a oposição tentar alterações por meio de emendas coletivas em plenário.

A estratégia é de risco e sem garantias de que as negociações possam evoluir e conquistar alguma maioria. Ou seja, pode não impedir retrocessos e perdas significativas para os servidores. Além disso, tentarão pressionar os deputados governistas por meio da mobilização dos servidores.

Sindicatos farão pressão final

Ainda ontem, vários sindicatos ligados à CUT aprovaram campanhas de rádio, carro de som, redes sociais e um ato simbólico no dia 1º de setembro em frente à Assembleia. No interior, vão expor as votações dos deputados perante o eleitorado de cada um dos que aprovarem a reforma da previdência.

Na votação desta quarta (26), a Comissão do Trabalho, Previdência e da Assistência Social decidiu pela rejeição por 4 a 1 do PLC 46/20. O solitário voto foi do deputado governista Gustavo Valadares (PSDB), líder do Bloco Sou Minas Gerais.

A proposição altera a legislação anterior sobre a previdência dos servidores, cria autarquia e novos fundos e muda regras de aposentadorias e de pensões para os servidores públicos civis do Estado, entre outras alterações.

Relatório teve visão sindical

“Esse relatório não me representa”, disse Valadares. Em sua avaliação, fazer a reforma seria o único meio de garantir o equilíbrio financeiro do Estado e o pagamento das aposentadorias futuras. Recebeu o troco de imediato. “O relatório pode não te representar, deputado, mas representa o desejo de mais de 85% dos servidores públicos mineiros. Daqueles que ganham os menores salários e sustentam toda a prestação de serviços de saúde, educação e segurança neste Estado”, rebateu o relator Celinho Sintrocel (PCdoB).

Celinho apontou sua história pessoal e ligação com os movimentos sindicais, dizendo que não poderia apresentar um relatório que não fosse contrário à proposta do governo. Em seu relatório, ele advertiu que a reforma pretendida pelo governo não irá garantir o equilíbrio das contas públicas nem o futuro das aposentadorias, como defendem os governistas.

Agora, o PLC segue para apreciação da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), antes de ir à votação, em Plenário. O vice-presidente da Comissão do Trabalho, deputado André Quintão (PT), que presidiu a reunião, acredita que o Executivo não terá os 48 votos necessários à aprovação do projeto.

Quem vai e como para a história

“A maioria dos deputados não vai querer entrar para a história como responsáveis por destruir a vida dos servidores públicos, em meio a uma pandemia”, disse o parlamentar.

O deputado Professor Cleiton (PSB) também disse que não vai “dar um cheque em branco para o governo”, diante da falta de dados técnicos. O governo omitiu as informações que justificariam o aumento de alíquotas de contribuição e da idade mínima para aposentadoria.

Todos os opositores alegam que, ao aumentar alíquotas e tempos de contribuição, e acabar com benefícios, o governo está, na prática, jogando toda a responsabilidade pelo déficit nas contas públicas “nas costas dos servidores”.

LEIA MAIS: “Não daremos cheque em branco para o governo”, diz relator da previdência

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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