A 21 dias da votação de 6 de outubro, a luz amarela acende para todos os candidatos a prefeito de BH (para alguns, está vermelha desde que começou). Ninguém está livre de riscos nesta reta final, nem mesmo o líder de todas as pesquisas, Mauro Tramonte (Republicanos), razão pela qual é preciso sair da zona de conforto.
Desde o debate da TV Alterosa/Associados, Tramonte sinalizou mudanças de foco, quando buscou demarcar as obras de seu padrinho político, Alexandre Kalil, e a gestão do sucessor dele. Chegou a chamar de “mentiroso” o rival Fuad Noman (PSD), prefeito e candidato à reeleição, por conta de obras que ele teria dito que fez, mas que seriam do antecessor.
A demarcação é difícil porque Fuad era vice de Kalil e diz que pratica continuidade administrativa. Na semana passada, Tramonte levou Kalil para gravar no escape do Anel Rodoviário para carimbar a paternidade dele na iniciativa. Nesta semana, ele põe o ex-prefeito na TV para baterem juntos em Fuad.
Assediado por dois rivais
A luz amarela de Tramonte sinaliza riscos de queda nas intenções de voto e de crescimento de Fuad. Ele é fustigado pelo atual prefeito de um lado e, de outro, pelo candidato do PL, Bruno Engler. A turma do bolsonarista diz que, nos trackings dele, Tramonte estaria em terceiro.
Não dá pra cavar; na dúvida, todos estão reposicionando o marketing nesta reta final para melhorar o desempenho. A entrada de Kalil na campanha estaria dentro de planejamento estratégico. Tanto é que, no encontro da quarta (18), com empresários, o ex-prefeito não estará presente. No Conexão Empresarial, Tramonte contará com o apoio da candidata a vice, Luísa Barreto (Novo) e com o segundo padrinho, governador Romeu Zema (Novo). Essa audiência não gosta de Kalil.
De sua vez, Fuad vai investindo no voto útil. Nesta semana, receberá sinal influente nessa estratégia.
Marketing agressivo falha
Depois de duas eleições polarizadas e altamente agressivas, com reflexos negativos até em casa (familiares rompidos), boa parte do eleitorado está rejeitando a tensão e o marketing agressivo. É o que dizem as pesquisas, que ainda apontam perda de intenções de votos para Gabriel Azevedo (MDB), Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT), que adotaram tom mais exaltado.
Zema e prefeito batem boca
Na investida pelo interior, em defesa de seus candidatos a prefeito, o governador Zema (Novo) levou uma invertida de prefeito. Na quinta, esteve em Teófilo Otoni, onde desembarcou criticando a gestão e a cidade. “Teófilo Otoni é uma das mais violentas de Minas e que tem mais ruas não pavimentadas. Os indicadores de Teófilo Otoni são horríveis. Aqui, tem falação demais e resultado de menos”, apontou Zema, vinculando os resultados à gestão petista local. Em resposta, o prefeito Daniel Sucupira (PT) cobrou: “O sr. está se esquecendo que a responsabilidade da segurança pública é do senhor, que comanda a Polícia Militar e Civil?”, retrucou o prefeito, assegurando que os policiais trabalham sem o apoio do governo estadual. De acordo com ele, as obras da administração municipal têm apoio do governo federal e nada do governo estadual.
Reforma Tributária
A reforma tributária volta ao debate. Na próxima quinta (19), o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG) promove, em BH, o Encontro Regional da Reforma Tributária. O evento reunirá especialistas no tema, que discutirão as propostas que se encontram na Câmara dos Deputados e no Senado no processo de regulamentação da reforma e seus impactos sobre estados e municípios. Além do secretário de Fazenda de Minas, Luiz Cláudio Gomes, participam o diretor para Assuntos Parlamentares e Relações Institucionais da Fenafisco, Celso Malhani, o presidente da Febrafite, Rodrigo Spada, e o diretor de Assuntos Jurídicos do Sindifisco-MG, Fernando Mattos.
Lei de Drogas em debate
Será lançado nesta segunda (16), às 12h, no TJMG, o livro ‘ Lei de Drogas’ abordando os dezoito anos de vigência da atual legislação e a série de controvérsias. Na avaliação dos autores, desembargador Enéias Xavier Gomes e o promotor de Justiça Fernando Abreu, as controvérsias impedem a sedimentação da jurisprudência e dão margem a diversas interpretações. Segundo o levantamento nacional de informações penitenciárias de 2019, os crimes relacionados ao tráfico de drogas são a maior incidência que leva pessoas às prisões, com 28% da população carcerária.
Vacinas continuam em falta
A falta de insumos essenciais para garantir a cobertura vacinal plena tem sido enfrentada por seis em cada dez municípios brasileiros. Pesquisa da Confederação Nacional de Municípios revela que em 64,7% dos municípios há falta de vacinas para imunizar a população, principalmente as crianças. O levantamento foi produzido entre os dias 2 e 11 de setembro e contou com a participação de 2.415 municípios. O alerta já havia sido feito pela Associação Mineira de Municípios (AMM). O estudo apontou ainda que a vacina contra a Varicela é a maior carência para fazer o reforço contra a catapora entre crianças de 4 anos. A vacina para proteger as crianças contra o vírus da Covid-19 é a segunda mais em falta.
(*) Publicado no Jornal Estado de Minas
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.