Apresentaram recuperação três pacientes do Hospital Virvi Ramos, em Caxias do Sul (RS), infectados pelo novo coronavírus (Covid-19) e que receberam terapia com transfusão de plasma de curados. Dois receberam alta. O terceiro, apesar de ter saído da unidade de terapia intensiva (UTI), ainda está no hospital. Um deles, nem precisou de ajuda do respirador mecânico.
O hospital adotou esse processo a partir de 26 de maio, com nove pacientes. Todos diagnosticados como em estado grave, de acordo com reportagem de ontem (03/07) no site da Rádio Gaúcha/ZH.
Contudo, a coordenadora dessa terapia do hospital gaúcho, médica intensivista Eveline Maciel Correa, mantém cautela. “É precoce dizer que isso é a solução de todos os problemas, mas a perspectiva é boa. Nós observamos que a chance de o paciente evoluir melhor é muito maior. Dar a notícia para uma família de que um paciente deixou de piorar já é algo que com certeza faz valer a pena”, ponderou.
Plasma livrou do medo do aparelho
O primeiro paciente tratado com plasma de curado pelo hospital da Serra Gaúcha foi o vendedor Carlos Silva Borges, 40 anos. Foi submetido ao tratamento uma semana depois dos sintomas, no entanto, já em estado grave. Mas, no dia seguinte à primeira transfusão, percebeu mudanças no quadro. “Estava muito debilitado. Pensava que se fosse para os aparelhos, ia morrer. O médico me deu a opção de receber o plasma, aceitei e, no segundo dia, já estava me sentindo mais forte”, relatou.
Carlos não precisou da ajuda do respirador mecânico, em função de ter procurado tratamento logo. “Voltou para casa no começo da semana, após sete dias na UTI”, completou a reportagem.
Dois óbitos após a transfusão
Ontem, uma mulher teve alta no Hospital Virvi Ramos, após tratamento com plasma. Ela recebeu transfusão na segunda (29/06). O terceiro paciente, de 63 anos, “considerado recuperado do coronavírus”, está em quarto desde 15 de junho. Este foi o primeiro a receber plasma convalescente e teve melhora no quadro respiratório.
Outros quatro pacientes continuam internados na UTI do hospital de Caxias do Sul. Mas, dois (83 e 64 anos), que tinham “quadros mais críticos”, faleceram antes de completar uma semana da transfusão, informou o hospital.
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