Cade aprovou Monsanto, Basf, Du Pont, Syngenta e Dow - Além do Fato Cade aprovou Monsanto, Basf, Du Pont, Syngenta e Dow - Além do Fato

Cade aprovou Monsanto, Basf, Du Pont, Syngenta e Dow

  • por | publicado: 21/06/2021 - 14:24 | atualizado: 24/08/2022 - 14:36

O CADE deu aprovação ao oligopólio de insumos agrícolas mais poderoso do planeta – Foto: Redes Sociais

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, “sem restrições” as fusões, no Brasil, das multinacionais que controlam, no mundo, de segmentos básicos do agribusiness: sementes e agrotóxicos (agroquímicos). A súmula do Despacho Nº 877, referente ao Ato de Concentração Nº 08700.001901/2021-76, foi publicado nesta segunda (21/06). Portanto, ficam consagradas fusões requeridas por Basf S.A., Monsanto do Brasil Ltda., Du Pont do Brasil S.A, Dow Agrosciences Industrial Ltda. e Syngenta Seeds Ltda.

A decisão do Cade é assinada pelo superintendente-geral substituto, Diogo Thomson de Andrade. O Conselho está ligado ao Ministério da Justiça.

Du Pont – Foto/Divulgação

O Brasil reflete, porém, na decisão do Cade, um processo de megafusões globais entre as multinacionais de sementes e insumos para lavoura. Esse movimento, todavia, foi acelerado na metade da década passada. Dow e a DuPont, ambas dos Estados Unidos, selaram em 2015, por exemplo, negociação superior a US$ 130 bilhões. A nova companhia teria, então, vendas combinadas (plásticos, química industrial e agroquímica) acima dos US$ 90 bilhões anuais.

China entrou em cena elevou Syngenta

Syngenta: Foto/Divulgação
China Chemical: Foto/Divulgação

A China, porém, entrou no ano seguinte e deu giro de 180 graus nesse mercado. A estatal China Chemical (ChemChina) fez proposta e assumiu a Syngenta, da Suíça, em 2017. O Governo de Pequim, todavia, manteve a Syngenta como companhia autônoma por uma estratégia de mercado.

A China bancou nada menos que US$ 43 bilhões para levar a companhia suíça.

Monsanto foi alvo preferido contra transgênicos

Bayer: Foto/Divulgação
Monsanto: Foto/Divulgação

A Bayer, da Alemanha, em 2016, pagou US$ 66 bilhões pela gigante Monsanto, dos Estados Unidos.

Essas multinacionais respondem pela quase totalidade do mercado das sementes com organismos geneticamente modificados (OGMs), denominadas transgênicas. Há duas décadas, essas sementes são absolutas nas lavouras.

As OGMs assumiram maiores fatias nas lavouras dos Estados Unidos e Brasil na virada do século. A Monsanto era quase exclusiva e, portantão, alvo preferido nos ataques ambientalistas. Entre as principais críticas, por exemplo, que sementes transgênicas exigem maior volume de aplicações de agrotóxicos. Além disso, que os alimentos seguiam para consumo contendo resíduos dos venenos muito acima do tolerado.

Os ambientalistas associavam, portanto, o plantio intenso das OGMs aos registros, no Ministério Público do Trabalho, de denúncias do aumento de diversas doenças entre trabalhadoras nas lavouras. Isso, então, uma das causas do aumento nas dosagens dos agrotóxicos. Entre os casos mais citados, por exemplo, o câncer.

Indústrias praticam venda casada

As sementes transgênicas são associadas à tolerância de agrotóxicos (maioria com o glifosato como princípio ativo). Mas os fabricantes só garantem isso se aplicado o veneno da sua marca. Entretanto, não vendiam de forma diferente. Portanto, impunham a venda casada, o que é proibido por lei no país.

Monsanto vende o Roundup desde os anos da década de 1970.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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