O país foi alertado, nesta quarta (28/07), para a gravidade da pane na rede de computadores do CNPq. Principal causa: histórico somatório da falta de recursos para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) – links no final do post. Por ironia, essa percepção veio em mesmo dia em que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) comunica à B3 (Brasil. Bolsa. Balcão) que triplicou recursos da CSN Inova Ventures.
A CSN Inova é o braço da siderúrgica de apoio a projetos em inovação tecnológica. O fundo de venture capital para staturps, portanto, está em R$ 100 milhões. Entretanto, a prioridade segue na aplicação do grafeno como elemento inovador tecnológico na própria siderurgia.
Na atração de projetos para aplicação do grafeno, a primeira investida da CSN Inova é a 2D Materiais Pte Ltda (2DM), de Singapura. A 2DM deverá, entretanto, entregar soluções no foco dos processos e desenvolvimento de novos produtos do grupo siderúrgico de Volta Redonda (RJ).
Em 2020, a CSN Inova contou com R$ 30 milhões para projetos de startups.
CSN cresce 26% no 2T21; reverte prejuízo no 1S20
No 1T21, os investimentos totais (siderurgia, mineração e outros) pela CSN totalizaram R$ 759 milhões. Representaram, portanto, crescimento de 85% em relação apo trimestre anterior. O destaque foi na mineração, com R$ 494 milhões, ou seja, salto de 182,2%.
A despeito da ligeira queda (2%) no volume físico, para 1,281 milhão de toneladas, a receita das vendas da CSN cresceram 26%. Atingiram, portanto, R$ 6,656 bilhões. O valor médio do aço vendido pela companhia evoluiu 22%, para R$ 8.144,00 a tonelada.
No 1S21, as vendas consolidadas do Grupo CSN somaram R$ 27,304 bilhões, conforme divulgação de resultados nesta quarta (28/07). Evoluíram, então, 136,2% na comparação com 1S20, período mais afetado pela pandemia do novo coronovírus (Covid-19). A siderúrgica, como consequência do bom desempenho das vendas, conseguiu reverter o prejuízo de R$ 865 milhões (1S20) e apresentar o balanço com lucro de R$ 11,209 bilhões.
Fala desastrada de um ministro sem verbas; caso CNPq
Desastrosa a declaração do ministro do MCTI para o grave problema CNPq exatamente no uso da tecnologia da informação e comunicação (TIC). A rede de computadores do CNPq caiu. A situação, que já dura dias, é motivo de preocupação para pesquisadores e demandadores de serviços.
Em mensagem, exibida em telejornal, desta tarde, chefe do MCTI, o ministro Marcos Pontes (astronauta e oficial da reserva da Aeronáutica), quis amenizar a gravidade do problema. Em trecho que a televisão exibiu, declarou: “É simplesmente uma peça (objeto) crítica que deu pane”.
O que vive na carne o CNPq, além de previsível, é o conjunto de obra antiga de todos os governos: falta verbas e cortes históricos nos orçamentos do Ministério (veja nas matérias dos links abaixo). Pontes, devido ao enorme apego ao cargo e obediência cega ao chefe, o presidente Jair Bolsonaro, perde mais uma chance de prestar enorme serviço ao país.
Mas não é de se esperar postura relevante do ministro, como, por exemplo, a renúncia, em protesto e solidariedade com a pesquisa.
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