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Anac tolerou voos dos ATRs sem as caixas-pretas

  • por | publicado: 11/08/2024 - 14:43 | atualizado: 12/09/2024 - 02:29

Imagem ilustrativa de um torboélice ATR-72 semelhante ao acidentado em Vinhedo (SP) - Foto: Redes Sociais

Outro ATR da Voepass apresentou problemas ontem (11/09), após decolar do Aeroporto Regional Vale do Aço, no município de Santana do Paraíso (MG), limítrofe com Ipatinga. O avião retornou com segurança.

Os turboélices ATRs da frota da antiga Passaredo Transportes Aéreos S.A. voaram, por algum tempo, sem os equipamentos “gravadores digitais de dados de voo”, populares caixas-pretas. A Passaredo, atual Voepass Linhas Aéreas, por anos empreendeu protelações às exigências, sempre acolhidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Relembre as protelações em matéria do link abaixo, de janeiro de 2020, no ALÉM DO FATO.

Anac, afinal, ATR precisa ou não ter “gravadores digitais”?

Na sexta (09/08), em Vinhedo (SP) – região metropolitana de Campinas -, houve a tragédia com um ATR-72-500 da Voepass. Todos os ocupantes – 58 passageiros e quatro tripulantes – morreram na queda da aeronave. O voo cobria a rota de Cascavel (PR) para o aeroporto de Guarulhos (SP). O avião estava equipado com as caixas-pretas.

A queda ocorreu quando o ATR-72, prefixo PS-VPB, estava a 4 mil pés. Dessa altitude até o choque contra o solo foram dois minutos (Fonte: Flight Radar).

Defeito no painel

Noticiário em jornais e revistas, da tarde deste domingo (11/08), aborda “defeito no painel de navegação” do ATR PS-VPB.

Anac ainda manterá ATRs em rotas brasileiras?

O conteúdo dos gravadores – conversa entre piloto e copiloto e instruções solicitadas e recebidas das torres de controle de voos – atenderão parte das questões dos inquéritos das perícias policiais e técnicas.

A indústria da aeronáutica, como em todos os acidentes na aviação, será no centro dos interesses.

Os ATRs são fabricados na França, pela franco-italiana Avions de Transport Régional – ATR. Essa empresa é uma joint venture da potente francesa Airbus com a italiana Leonardo.

A Anac, como em outras dezenas de tragédias na aviação brasileira, cumprirá a burocracia: abertura e fechamento dos inquéritos. De acordo com a Anac, além da Voepass, modelos ATRs compõem as frotas da Azul Linhas Aéreas e Total Linhas Aéreas.

Os políticos agirão politicamente. Assim como fizeram, por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva PT) e governadores, com as decretações de lutos oficiais “em homenagem às (à memória das) vítimas”. Deveriam, entretanto, ser proativos no cumprimento das funções, entre as quais a da fiscalização competente em defesa da vida em todas as áreas.

Aviões de diversos modelos, em todas as companhias, continuarão decolando com inspeções duvidosas. Os passageiros, portanto, embarcando em aparelhos com seus repetidos e históricos problemas.

A pergunta é se ocorrerá o mesmo procedimento da TAM com os Fokker-100. A luz amarela se acendeu após a tragédia, em 1996, em Jabaquara (SP). Mas acelerou para vermelho, em setembro de 2002, com uma série incidentes em questão de dias.

Na Ásia, os acidentes frequentes acenderam a luz amarela para as autoridades. Os voos foram suspensos de forma temporária em Taiwan.

A Anac manterá os ATRs nas rotas brasileiras?

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Rafaela

Não tinham FDR, mas tinham CVR. E o que isso compromete a segurança de voo?

E sim, os ATR’s continuarão voando. Aeronave segura e pousa em lugares que outros não pousam.