Atrasos nos subsídios às empresas de ônibus pelo país foram parar nas mesas de conciliações do Ministério Público do Trabalho (MPT). Em São Paulo, por exemplo, onde não há greve, a administração do prefeito Bruno Covas (PSDB) deve, no acumulado do ano, R$ 3,29 bilhões.
O cálculo da dívida da prefeitura paulistana é da SPTrans – São Paulo Transporte, gestora do sistema transporte coletivo local. No final de 2019, o débito foi de R$ 3,11 bilhões.
Nesta semana, surgiram três greves de motoristas de ônibus em cidades de regiões diferentes do país contra atras. As empresas, porém, apresentam mesmo motivo: dificuldades financeiras dentro do cenário da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Mas, agravada com atrasos nos repasses dos subsídios.
No Recife, fim da “dupla função”
No Recife (PE), os profissionais rodoviários estão parados pelo segundo dia. A Justiça do Trabalho agendou audiência de conciliação para às 10h desta quarta (23/12). Os motoristas da capital de Pernambuco querem: fim da “dupla função” (a de cobrador) e reajuste no ticket –alimentação retroativo a julho.
Nas negociações, a categoria não acatou determinação do TRT. Descumpriu, portanto, ordem de retirar das garagens o mínimo de 50% da frota nos horários de pico, informa o site especializado Transpor Diário.
Em Canoas, perdas salariais
Em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), a paralisação iniciada na segunda-feira afeta a Sogal. Mas os trabalhadores se declararam em greve apenas na madrugada de hoje. O movimento segue ao fracasso da reunião entre Sindicato dos Rodoviários, Prefeitura, MPT e a empresa.
Os trabalhadores cobram o 13º salário. A Sogal, em nota, admite os atrasos de outros benefícios também. Todavia, se defende apontando as dificuldades financeiras do setor. Portanto, propôs pagamento das perdas salarias em parcelas: 5% retroativos a maio (data-base) e 8,34% no salário deste mês. Mas, em seis parcelas.
Nova Friburgo é pressionada
Em Nova Friburgo, na região serrana fluminense, a greve na Nova Faol foi encerrada na tarde de ontem. Os 450 funcionários exigem pagamento do 13º Salário e benefícios.
A empresa alega dificuldades. Mas a causa seria os atrasos da Prefeitura no subsídio mensal de R$ 400 mil.
O MPT determinou, portanto, que a Prefeitura faça repasse com cobertura para o 13º. Além disso, que programe a regularização dos subsídios em atraso.
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