Impactado fortemente pela pandemia, o comércio de Belo Horizonte registrou, só nos 7 primeiros meses do ano, queda de 8,83% em suas vendas. De longe, é o pior desempenho dos últimos anos, quebrando a linha de crescimento. Para se ter uma ideia, durante todos os 12 meses no ano passado, o crescimento foi de 2,06%.
A retração das vendas é atribuída diretamente à pandemia de coronavírus, que provocou o fechamento do setor por mais de quatro meses e pelo isolamento social. Comparado ao mesmo período de 2019, os setores mais afetados são informática (-9,98%) e veículos e peças (-9,33). Os dados fazem parte da pesquisa “Termômetro de Vendas”, realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).
Na comparação anual (julho 2020/julho 2019), o desempenho do comércio da capital registrou uma desaceleração de 3,15%. Fatores como o comércio fechado, queda dos rendimentos da população, aumento do desemprego e a incerteza decorrente da pandemia coroam o cenário de retração. Outros segmentos afetados foram o de papelaria e livraria (-7,26%) e vestuários e calçados (-6,28%).
Descontrole da doença ainda ameaça
Por outro lado, supermercados e drogaria e cosméticos apresentaram crescimento, respectivamente 1,61% e 0,18%. O indicador do acumulado dos últimos 12 meses (ago.19-jul.20/ago.18-jul.19) também registrou desaceleração de 3,87%.
Se os indicadores da pandemia forem mantidos fora das ondas vermelha (grave) e amarela (em controle), a tendência é de recuperação no segmento. A observação é feita pelo presidente em exercício da CDL/BH, José Angelo de Melo. “Apesar de todos os esforços do setor, o comércio vem amargando grandes prejuízos causados pela pandemia. Podemos sofrer impactos ainda mais intensos caso essa crise sanitária perdure por muito tempo”, advertiu.
“A CDL/BH se esforça diariamente para ajudar o lojista a enfrentar essa crise e ter menos impacto, mas sabemos que não depende somente de nós. Esse esforço precisa ser de todos. Por isso, a necessidade de conscientização da população, dos lojistas e dos seus funcionários em seguir todas as normas de higienização. Só assim conseguiremos manter o comércio aberto e tentar amenizar os prejuízos”, reconheceu.
Pesquisa é feita mensalmente
No acumulado mensal (julho 2020/junho 2020), o indicador de vendas da capital mineira apresentou uma queda de 1,67%. A etapa de controle de funcionamento das atividades, quando somente os serviços essenciais estavam funcionando, fez com que o desempenho mensal do comércio retraísse. Os segmentos que apresentaram maior queda foram vestuários e calçados (-4,39%) e papelaria e livraria (-3,22%).
A pesquisa “Termômetro de Vendas” da CDL/BH é realizada mensalmente. Os segmentos avaliados são: drogarias, perfumes e cosméticos; máquinas, eletrodomésticos. E mais, móveis e louças; veículos e peças (novos e usados); supermercados e produtos alimentícios; tecidos, vestuários, armarinhos e calçados. Ainda são acompanhados os setores de ferragens, material de construção e elétrico; papelaria e livrarias; informática e artigos diversos.
LEIA MAIS: CDL acusa BH de fechar 7 mil empresas com maior quarentena do mundo
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.