A Petrobras e o Exército desenvolverão fibra de carbono a partir de “óleo decantado”, o popular piche. Essa tecnologia, tida como inédita, inicialmente será direcionada aos fabricantes de equipamentos para as indústrias do segmento de petróleo e gás. O material apresentará estrutura “mais leve e resistente que o aço”. O projeto envolve, portanto, o Centro de Pesquisas e Inovação da Petrobras (Cenpes) e Centro Tecnológico do Exército (CTEx), em Guaratiba, no Rio.
O contrato foi anunciado dia 02/05, mas com baixo índice de divulgação. As partes estimaram gastos da ordem de R$ 30 milhões. Cenpes e CTEx receberão recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), ou seja, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
A opção pela aplicação em escala de materiais com fibra de carbono leva em conta suas propriedades, tais como densidade, muito próxima ao plástico. O piche é um dos itens entre os resíduos gerados no refino de petróleo em refinarias. Ou seja, Cenpes e CTEx pretendem extrair dele um produto nobre.
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Petrobras e Exército pretendem voar alto
Exército e Petrobras pretendem, portanto, que a fibra de piche conquista espaço em escala também por segmentos fornecedores da engenharia estrutural e das indústrias aeroespacial, automotiva e de defesa.
O gerente do Cenpes, Antônio Vicente Castro, numa citação do “Click Petróleo e Gás”, comentou que o resultado final do projeto com o CTEx abrirá, então, espaços de substituição de outras matérias-primas na linha da fibra de carbono. Este seria, por exemplo, o caso o alcatrão de carvão, por conta de “restrições ambientais”.
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