Está forte a pressão de aliados a ambos os concorrentes, Romeu Zema (Novo) e Alexandre Kalil (PSD), para abrirem espaço na chapa deles. Querem a vaga de vice ou a de senador. Os dois principais pré-candidatos a governador estão montando no formato puro-sangue, sem a presença de outros partidos.
No caso de Zema, seu partido, o Novo, sempre foi avesso às alianças partidárias por não confiar nas práticas políticas tradicionais, que chamam de velha política. Por outro lado, com a experiência malsucedida no relacionamento com a Assembleia Legislativa, Zema e o Novo revisaram essa condição. Já admitem aliança, mas apenas para cargos no Legislativo, no caso, do integrante ao Senado na chapa. Não abrem mão nem aceitam entregar a vice a outro partido. No atual mandato, por falta de alianças, o governo Zema não conseguiu aprovar seus projetos ultraliberais. Entre eles, a privatização de estatais e a adesão ao regime de recuperação fiscal do governo federal.
No formato definido por Zema, o vice seria do partido Novo, cuja indicação é o ex-secretário dele e ex-vereador Mateus Simões, deixando para os aliados a indicação ao Senado. Os partidos que podem fazer aliança com Zema são o PSDB, o PP, Podemos, Avante e Cidadania.
PP quer a vaga de vice de Zema
Por conta disso, o PP, que é um dos partidos mais fiéis a Zema, reivindica a vaga para seu presidente estadual, o deputado federal Marcel Aro. Já o PSDB cobra uma vaga, a de vice ou a senador. Esses partidos estão convencidos de que Zema vai precisar deles, para usar o fundo partidário e eleitoral, que financiará as campanhas, e principalmente o horário gratuito eleitoral de TV e rádio.
O partido Novo, partido formado por ricos empresários, é avesso a uso desses fundos por considerarem que se trata de dinheiro público, embora o horário gratuito também seja. A pressão continua por ali.
Lula deve passar a régua
Do lado de Kalil, a pressão vem do PT que, pelo acordo entre o pré-candidato e Lula, de apoio mútuo, reivindica vaga de senador. Kalil montou a chapa puro-sangue integralmente. Seu partido, o PSD, a vaga de governador, vice e de senador.
Nesta semana, o ex-presidente Lula deve entrar em campo para pacificar o conflito. A tendência é de o PT se conformar com a decisão do candidato presidencial para que Lula possa crescer mais em Minas nesse momento de forte polarização. Ante o fracasso da terceira via presidencial, Bolsonaro recuperou parte do apoio, acirrando a disputa com o petista.
O PT ainda pensa lançar candidato paralelo a senador, de maneira informal, sem entrar na chapa de Kalil, embora vá apoiá-lo. Seria por meio da federação de partidos que formará junto com o PV, o PSB e o PCdoB. A questão é saber se Kalil e o seu partido irão aceitar esse duplo palanque na disputa pela única vaga de senador na eleição.
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