Indiciado pela Polícia Federal, denunciado pelo Ministério Público de Minas, pressionado por denúncias de que teria usado recursos de caixa 2 para abastecer tanto a sua quanto a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República, o ministro do Turismo, deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, terá que comparecer ao Senado no próximo dia 22 para dar explicações sobre o laranjal do PSL.
Embora o presidente Jair Bolsonaro tenha garantido que ele permanece no cargo, a despeito de denunciado pelo Ministério Público, há forte pressão entre aliados do governo para que Marcelo Álvaro Antônio renuncie e retome seu mandato de deputado federal – tanto para se defender como para evitar mais constrangimentos para o Palácio do Planalto. Ou seja, há chances de que dia 22 ele não seja mais ministro.
No entorno do governo há a convicção de que as denúncias contra o Marcelo Álvaro Antônio vão continuar pipocando na imprensa. E o depoimento no Senado é encarado como mais uma estratégia para desgastar tanto o presidente quanto o ministro.
A renúncia de Marcelo Álvaro Antônio, aliás, já foi defendida publicamente pelo líder do PSL no Senado, Major Olímpio, exatamente com o argumento de evitar mais desgaste para Bolsonaro. Apesar de não externarem, muitas lideranças governistas no Congresso pensam o mesmo.
Ambiente hostil
No Senado, tudo indica, o ministro deve encontrar um ambiente hostil. Até porque ele recusou, por três vezes, convite para comparecer à Casa para explicar denúncias de que teria comandado um esquema de desvio de recursos públicos por meio de candidaturas femininas de fachada (laranjas) na eleição do ano passado.
Agora, entretanto, ele está convocado. Ou seja, é obrigado a comparecer. O autor do requerimento para que o ministro dê explicações aos senadores é o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Se deixar o ministério até o dia 22, há possibilidade de que o depoimento seja adiado.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.