Assim como o belo-horizontino, as empresas da capital mineira estão menos inadimplentes que as restantes do país. Um levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), apontou o positivo dado. Na análise anual (Jun.23/Jun.22), a inadimplência das empresas de Belo Horizonte ficou em 4,22%. No Brasil, o índice foi de 10,30%, na região Sudeste, 9,51% e, em Minas Gerais, 8,13%.
“O cenário de inadimplência entre as empresas da cidade ainda não é o ideal, mas apresenta condições mais favoráveis que o restante do país. Os setores de comércio e agricultura, em especial, são os que têm apresentado melhor desempenho no pagamento de suas contas”, revelou o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Valor médio das dívidas
O comércio retraiu a inadimplência em 1,21% na variação anual (Jun.23/Jun.22), já a indústria recuou em 1,42%.
Neste recorte, o valor médio devido por atividade é:
Agricultura: R$ 4.641,94
Indústria: R$ 5.287,70
Serviços: R$ 5.413,68
Comércio: R$ 6.353,91
“O valor total das dívidas do comércio é maior que o da agricultura, serviços e indústria. Contudo, no período analisado, agricultura e serviços conseguiram pagar menos contas. Isso explica a inadimplência maior nesses setores”, avaliou a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos.
Com relação à inadimplência enfrentada por segmento, os maiores índices são sentidos pelos fornecedores de serviços como água e luz (15,32%), comunicação; internet e telefonia (6,21%) e bancos (3,78%).
Boa expectativa
Para o presidente da CDL/BH, a expectativa é que, neste semestre, haverá maior injeção de renda extra por conta de importantes datas comemorativas. Além disso, as famílias estão retornando ao mercado de consumo em função da renegociação das dívidas por meio do programa Desenrola Brasil. Tudo isso contribuir para reduzir ainda mais a inadimplência.
Belo-horizontino controlado
Os belo-horizontinos estão devendo menos que o restante do país. De acordo com levantamento da CDL/BH, a variação anual da cidade (5,48%) é menor que a nacional (7,64%) e a da região Sudeste (6,78%).
Dentre os que estão inadimplentes em Belo Horizonte, a faixa populacional entre 40 e 64 anos representa a maioria (44,9%). A população entre 25 e 30 anos corresponde a 33,43%; os idosos acima de 65 anos a 16,22% e os jovens de 18 a 24 anos, a 5,34%.
O levantamento revela ainda que as mulheres estão mais inadimplentes que os homens. “Isto é explicado pela alta taxa de desemprego entre o gênero feminino e também pela disparidade salarial, com homens ganhando 34,2% a mais”, apontou o presidente da CDL/BH.
Desenrola Brasil
O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, alerta para as oportunidades de quitar as dívidas e deixar o cadastro de inadimplentes. Dentre elas, o programa Desenrola Brasil, do governo federal, que inicia nesta segunda-feira, atendendo à população com renda mensal de dois salários mínimos (R$ 2.640) a R$ 20 mil. “Os inadimplentes já podem se inscrever pela plataforma “gov.br” e aproveitar a chance de pagar as contas em atraso com condições diferenciadas. As famílias poderão negociar as dívidas que mais apertam o orçamento como contas de água e luz, educação, cartões de crédito e boletos. É uma excelente oportunidade para limpar o nome e retornar ao mercado de consumo”, aconselhou o dirigente.
A estimativa do Ministério da Fazenda é que 70 milhões de pessoas sejam beneficiadas pelo programa. Atualmente, a inadimplência atinge 67,30 milhões de brasileiros, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
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