Um dos líderes da transição do futuro governo, o deputado federal reeleito Reginaldo Lopes (PT) deu conselhos ao governo Zema sobre o projeto de adesão de Minas ao RRF e metrô de BH. Pelo que adiantou Lopes, haverá mudanças nos termos de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal em pontos importantes e dos quais o governo eleito não concorda.
De acordo com o deputado, que foi coordenador da candidatura de Lula em Minas, Zema deveria esperar a posse da nova equipe econômica para debater o futuro da situação fiscal de Minas. Ele reafirmou que, após tomar posse, Lula pretende reunir todos os governadores para discutir a situação das contas públicas do país, em especial dos estados e municípios. “Se quer um conselho, eu acho melhor esperar”, disse o deputado, que está cotado para ser ministro na próxima gestão, durante entrevista à TV Band no sábado (19).
Mesmo conselho ele deu quando o assunto foi o leilão, privatização ou concessão do metrô de BH. A medida é pretendida e foi negociada por Zema com o atual governo federal, que não foi reeleito e termina em 31 de dezembro próximo.
Programa para estados falidos
O Regime de Recuperação Fiscal (RRF) é um programa do governo federal para estados falidos renegociarem o pagamento de suas dívidas junto à União. Minas deve mais de R$ 140 bilhões e paga mensalmente, ou deveria pagar, cerca de R$ 400 milhões pelo serviço dessa dívida. Desde o início da gestão, Zema defende adesão para não pagar o serviço da dívida que ele não pagou em sua gestão. A gestão foi beneficiada por liminar obtida ainda pelo antecessor, Fernando Pimentel (PT), junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as medidas do atual regime de recuperação, estão o congelamento de salários de servidores e de investimentos e a venda de empresas estatais, como a Cemig.
O metrô de BH virou alvo de promessas eleitorais nos últimos 30 anos e não avançou um quilômetro sequer em seus pouco mais de 30 quilômetros. Sobre a relação do futuro governo Lula com o governo reeleito de Zema, Lopes adiantou que buscarão ter relação de parceria, embora tenha lamentado a dupla postura do governador na campanha eleitoral. No primeiro turno, segundo ele, Zema manteve a neutralidade, interessado no voto ‘luzema’, ou seja, que escolheu Lula para presidente e a reeleição do governador. No segundo turno, Zema desceu do muro para, além de apoiar Bolsonaro, atacar o PT e o próprio Lula. “Mas isso é coisa do passado”, disse o petista. Ou seja, deu a entender que há espaço para criar pontes de relacionamento, desde que seja essa também a intenção de Zema.
Assista abaixo à entrevista de Reginaldo Lopes aos jornalistas André Salles e Orion Teixeira no programa Entrevista Coletiva da TV Band
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