Usando uma de suas marcas, tripudiar, o presidente Jair Bolsonaro cobrou “eficácia” do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Agiu assim por conta do anúncio de um fundo de incentivo a projetos de bioeconomia na Amazônia, que somem com políticas pela sustentabilidade ambiental do bioma. Começará com US$ 20 milhões. Ou seja, Bolsonaro cobrou eficiência onde é exemplarmente um governante omisso e sofrível.
O BID bancará recursos. Mas será muito seletivo no apoio. De acordo com seu presidente, Maurício Claver-Carone, privilegiará projetos “novos modelos de agricultura e pecuária sustentável, já que os atuais fomentam o desmatamento”.
O anuncio do fundo, nesta quinta (18/03), foi no contexto da 61ª Reunião Anual de Governadores (48 países), em Barranquila, na Colômbia.
O noticiário gerado pela Agência AFP, destaca que, em sua intervenção, Bolsonaro pontuou a escassez mundial de recursos. Foi, então, quando cobrou “eficácia”. Além disso, ditou aos governadores BID aquilo que,de forma alguma, deverá acontecer com esse fundo:
- atrasos;
- desperdícios;
- desvios de verba.
Mas, se contrapondo ao chefe do Planalto, o presidente da Colômbia, Iván Duque, propôs compromisso. “Tudo que fizermos pela Amazônia precisa estar enquadrado nos efeitos da mudança climática”.
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Festival de crimes na Amazônia
Bolsonaro, portanto, na maior cara de pau, sentou em cima de um rosário de crimes ambientais seguidos e gravados na Amazônia em seu governo. Por exemplo:
- agribusiness – incêndios e desmatamentos para expansões das da pecuária e agricultura;
- garimpos – incêndios e poluição dos rios pelos garimpos clandestinos e legais;
- madeireiras – desmatamento pela indústria das madeireiras (associadas a sindicatos filiados às federações das indústrias estaduais – Sistema da Confederação Nacional da Indústria – CNI);
- mineradoras – incentivo às invasões e cessões oficiais de porções às atividades da mineração em reservas indígenas e de preservação permanente;
- expansões – desmatamentos e incêndios para novos projetos e expansões em áreas já ocupadas por mineradoras.
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Condição para findar desmatamento
O presidente, então, seguindo a trilogia bem conhecida, não admitiu culpa para crimes ambientais na Amazônia. Além disso, até apresentou condicionante para o fim do desmatamento na parte brasileira. “O desenvolvimento sustentável e o fim do desmatamento ilegal dependem da valorização da economia amazônica e da melhoria da qualidade de vida da população local“. Veja AQUI material produzido pelo portal Uol.
Apesar do nome, além das regiões das Américas e do Caribe Latina, participam do BID países da Europa e Ásia. Com o cenário da pandemia da Covida-19, portanto, a reunião ocorre no formato semivirtual. Aberta ontem, será concluída domingo (21/03). ENTENDA AQUI como funciona BID.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.