TRF6 assume protagonismo para agilizar acordo na Tragédia de Mariana TRF6 assume protagonismo para agilizar acordo na Tragédia de Mariana

TRF6 assume protagonismo para agilizar acordo na Tragédia de Mariana

Presidente do TRF6, Mônica Sifuentes, participa do Entrevista Coletiva da Tv Band, foto Luiz Santos/Band

O recém-criado Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6) irá assumir protagonismo naquele que deverá ser o seu primeiro grande caso e de repercussão até internacional: a tragédia de Mariana. De acordo com a primeira presidente do Tribunal, a desembargadora Mônica Sifuentes, o novo órgão assumirá a frente do processo, que já está judicializado, após o recente fracasso das negociações. O TRF6 foi instalado em Belo Horizonte há dois meses, no último dia 19 de agosto.

Na avaliação da presidente, o julgamento a distância, como seria feito em Brasília antes da instalação do TRF6, seria “como ver de binóculo” um fato ocorrido longe de lá, aqui em Minas. “Até nisso, o TRF6 vem ajudar a população mineira. Uma questão tão específica envolvendo o território mineiro, passando pelo Espírito Santo, e todo esse imbróglio sendo decidido em Brasília. A nossa intenção com a fixação do TRF6 aqui em Minas é que o Tribunal forneça esses recursos e meios para que o acordo prossiga. Dar a estrutura física, dando suporte não apenas ao juiz que está cuidando do caso, mas usando toda a estrutura do Tribunal para a agilização do processo. Acreditamos que o ideal seja a repactuação para que as pessoas sejam indenizadas o mais breve possível”, disse a desembargadora, durante entrevista ao programa Entrevista Coletiva da TV Band no sábado, 15, em parceria com o site Além do Fato. Confira abaixo a íntegra da entrevista.

Mônica Sifuentes concede entrevista aos jornalistas André Salles, Murilo Rocha e Orion Teixeira, na TV Band

Sete anos sem respostas

A menos de 20 dias de completar sete anos, a ruptura da barragem da Samarco (Fundão), em 5 de novembro de 2015, liberou avalanche de rejeitos que alcançou o rio Doce (Leste) e escoou até o mar. De lá pra cá, tramitam no país cerca de 85 mil processos judiciais relacionados à tragédia. O trabalho de mediação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) buscou, sem sucesso, solução para o desastre ecológico, econômico e humano. O desastre matou 19 pessoas e destruiu o meio ambiente e a economia de várias cidades mineiras e capixabas.

No dia 8 de setembro, em nota conjunta, Minas Gerais e o Espírito Santo comunicaram ao Conselho Nacional de Justiça o fim das negociações com mineradoras da tragédia de Mariana. O comunicado foi assinado por oito instituições do poder público de Minas e do Espírito Santo.

Além do anúncio, as instituições denunciaram o descompromisso da Samarco Mineração, da Vale S.A. e da BHP Billiton Brasil pela apresentação de proposta incompatível com o acordo. A proposta de reparação seria da ordem de R$ 112 bilhões nas regiões atingidas em Minas e também no Espírito Santo.

LEIA MAIS: MG e Espírito Santo deixam negociação, e tragédia de Mariana fica sem acordo

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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