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Em meio a tsunami no PSL, Fabrício Queiroz volta a assombrar família Bolsonaro

  • por | publicado: 24/10/2019 - 11:49
Família do presidente Bolsonaro volta a ser assombrada pelo ex-assessor Fabrício Queiroz, que aparece em áudio falando de indicações para cargos no Congresso Nacional. Fotos - Agência EBC (esq.)-SBT-Reprodução (dir.)

Família do presidente Bolsonaro volta a ser assombrada pelo ex-assessor Fabrício Queiroz, que aparece em áudio falando de indicações para cargos no Congresso Nacional. Fotos - Agência EBC (esq.)-SBT-Reprodução (dir.)

Tendo que administrar uma disputa de poder no PSL, cujo pano de fundo parece ser a verba milionário do fundo partidário para as eleições de 2020, a família Bolsonaro voltou a ser assombrada hoje pelo ex-policial Fabrício Queiroz. Em áudio divulgado pelo jornal O Globo, o ex-policial tenta demonstrar que ainda tem influência junto à família presidencial e oferece cargos no Congresso Nacional.

“Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara, no Senado… Pode indicar para qualquer comissão, alguma coisa, sem vincular a eles (família Bolsonaro) em nada. Vinte continho pra gente caía bem, pra c…, caía bem pra c… Não precisa vincular a um nome”, diz Queiroz, no áudio de junho deste ano, em conversa com um interlocutor via Whatsapp.

Em outro trecho da conversa revelada pelo O Globo, Queiroz afirma: “Pô, cara, o gabinete do Flavio faz fila de deputados e senadores lá, pessoal pra conversar com ele. Faz fila. P…, é só chegar, meu irmão: ‘Nomeia fulano aí, para trabalhar contigo’. Salariozinho bom desse aí cara, pra gente que é pai de família, p…, cai como uma uva (sic)”.

O jornal não informa quem era o interlocutor com que o ex-policial conversava.

“Capital político”

Em nota que enviou ao jornal o Globo, por meio de seus advogados, Queiroz confirma que ainda continua tendo influência não somente junto à família Bolsonaro, mas também na Assembleia Legislativa do Rio, onde teria contribuído “de forma significativa” na campanha de diversos políticos do Estado.

“[Queroz] Vê com naturalidade o fato dele ser uma pessoa que ainda detenha algum capital político, uma vez que nunca cometeu qualquer crime, tendo contribuído de forma significativa na campanha de diversos políticos no Estado do Rio de Janeiro”, afirmou.

Fabrício Queiroz é amigo da família Bolsonaro e trabalhava no gabinete de Flávio Bolsonaro, hoje senador (PSL-RJ), quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro. Ele foi exonerado e é suspeito de comandar um esquema de “rachadinhas” na Assembleia do Rio, mecanismo em que funcionários contratados devolve parte do salário que recebem.

O Ministério Público do Rio investiga o ex-policial que, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017, movimentou em uma conta mais de R$ 1,2 milhão, quantia considerada incompatível com sua renda de assessor.

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“Nunca mais se viram ou se falaram”

O advogado de Flávio Bolsonaro, Frederico Wassef, disse que seu cliente não falou nem se se encontra com o ex-policial desde o ano passado. “Nunca mais se viram ou se falaram”, afirmou o advogado, que sugeriu também que a gravação divulgada pelo jornal passe por uma perícia para confirmar se a voz é mesmo de Queiroz.

Ameaça de expulsão

Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro, que assumiu recentemente a líderança do PSL na Câmara, depois que o ex-líder Delegado Waldir foi destituído em manobra que contou com a participação até mesmo do presidente Bolsonaro, enfrenta agora um pedido de expulsão.

A Executiva Nacional do partido, sob o comando de Luciano Bivar (PE), hoje desafeto da família Bolsonaro, acusa Eduardo de abuso de poder, ao “colocar seus interesses pessoais à frente dos interesses do partido”.  A ala “biarista” quer também que seja destituída, de imediato, a direção estadual do partido em São Paulo, que é comandada por Eduardo.

Por traz da guerra pelo controle do partido, estão os recursos milionários que a legenda receberá por ter hoje a segunda maior bancada na Câmara dos Deputados (53 parlamentares). Até dezembro, a legenda vai receber cerca de R$ 110 milhões do fundo partidário. E, em 2020, aproximadamente R$ 600 milhões, entre fundo partidário e o fundo eleitoral.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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