Carreata reforça prevenção ao suicídio, que, em pandemia, pode se agravar Carreata reforça prevenção ao suicídio, que, em pandemia, pode se agravar

Carreata reforça prevenção ao suicídio, que se agrava na pandemia

Campanha Setembro Amarelo deste ano, promovida pela Associação Mineira de Psiquiatria

Neste ano, a grande preocupação da campanha Setembro Amarelo são os reflexos que a pandemia da Covid-19 está provocando na saúde mental das pessoas. “Embora não exista estatística, já se sabe que casos de depressão, transtorno de ansiedade e até suicídio estão aumentando devido ao novo coronavírus. Não somente por causa do confinamento, mas em função das preocupações com a economia e com o futuro do país”. A afirmação é do presidente da Associação Mineira de Psiquiatria e das Associações Brasileira e Latino-Americana de Prevenção do Suicídio”, Humberto Correa.

Antes da crise, 14% da carga global de doenças eram atribuídas a questões de saúde mental. Segundo especialistas, a tendência\ é que isso aumente com a pandemia. Diante disso, o ex-diretor de saúde mental e abuso de substâncias da Organização Mundial de Saúde (OMS), Shekhar Saxena, teme a 2ª onda da Covid-19 sobre a saúde mental. Na avaliação dele, os impactos socioeconômicos da pandemia continuarão por muitos anos.

Na mesma linha, o Setembro Amarelo 2020 contará com uma carreata que vai recorrer alguns pontos da capital mineira para divulgar a importância da prevenção ao suicídio. O evento também tem como objetivo esclarecer os problemas oriundos do fechamento de hospitais psiquiátricos. A carreata será neste domingo (27) e sairá da porta da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) na Av. João Pinheiro, 161 – Centro de BH- às 10h.

Iniciativa da AMP, Lapsi e CVV

A concentração terá início às 9h30 no mesmo local e o percurso passará, entre outros lugares, pelo Hospital Galba Velloso. O evento é uma iniciativa da Associação Mineira de Psiquiatria (AMP), da Liga Acadêmica de Psiquiatria UNIBH (Lapsi) e conta com o apoio do Centro de Valorização da Vida (CVV).

Desde o início deste mês as instituições ligadas a pacientes com distúrbios mentais comemoram o “Setembro Amarelo”. Trata-se da campanha de prevenção do suicídio criada em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria, pelo Conselho Federal de Medicina e pelo Centro de Valorização da Vida (CVV). Desde então, estas instituições, suas filiadas e regionais, realizam ações para comemorar a data no Brasil com atividades de conscientização da população sobre o suicídio.

800 mil morrem de suicídio

O suicídio é um grave problema de saúde pública, segundo a Organização Mundial de Saúde, que, em pesquisa realizada no ano de 2016, revela números assustadores. Cerca de 800 mil pessoas (um suicídio a cada 40 segundos) em todo o mundo morrem por autoextermínio e um número ainda maior tenta previamente se matar.

Trata-se da segunda principal causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos e 79% dos suicídios no mundo ocorrem em países de baixa e média renda. No Brasil foram registrados 13.467 suicídios, uma taxa de 6,1 a cada grupo de 100 mil mortes, menor que a taxa mundial, mas mesmo assim, ainda alta.

Trauma e marcas profundas

Traumática para toda a família, a perda por suicídio é uma das piores que existem, pois deixa marcas profundas, muitas delas inexplicáveis para quem fica. No entanto, o autoextermínio é evitável, caso medidas de prevenção sejam tomadas em tempo oportuno, como, por exemplo, estratégias multiprofissionais que possam colaborar conjuntamente na solução prévia de uma tragédia com repercussão não somente familiar, mas em toda a sociedade.

Objetivando prevenir e diminuir essa estatística, a campanha Setembro Amarelo cresceu e conquistou todo o Brasil. Um dos seus mais importantes objetivos é fazer com que o estigma relacionado à morte por suicídio diminua.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.

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Aloísio de Almeida

Ler o livro ” Memórias de Um Suicida ” foi o que me possibilitou estar aqui até agora,