A atriz Regina Duarte mal assumiu a Secretaria Especial de Cultura e já foi desautorizada pelo Palácio do Planalto. Por decisão do ministro-chefe da Casal Civil, general Walter Souza Braga Netto (e certamente com o conhecimento de Bolsonaro), a nomeação de Maria do Carmo Brant de Carvalho para a Secretaria da Diversidade Cultural, feita por Regina, foi anulada.
Regina havia sido criticada ontem (9) pelo ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, que não gostou de algumas de suas falas na entrevista concedida ao Fantástico, da Rede Globo, no último domingo. Desagradou especialmente o fato de a atriz ter apontado grupos ligados à extrema-direita que pressionam por sua saída.
Porteira fechada
Na solenidade de posse, Regina Duarte lembrou que o presidente havia prometido a ela “carta-branca”, porteira fechada, o que significa liberdade total para compor sua equipe, e anunciou que iria cobrar. Mas Bolsonaro, em resposta à atriz, disse que dá liberdade aos seus colaboradores, mas tem o poder de veto.
Ao mandar cancelar a nomeação feita pela atriz para a Secretaria da Diversidade, o presidente não deixa dúvidas de que a “carta-branca” tem limites.
Insubordinação
A autoridade da Secretária Especial de Cultura está também sendo questionada por subordinados. O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo (aquele que disse que a escravidão foi benéfica para os descendentes dos negros), foi ao Twitter para ironizar a sua chefe.
“Bom dia a todos, exceto a quem chama apoiadores do presidente Jair Bolsonaro de facção e o negro que não se submete aos seus amigos da esquerda de problema que vai resolver”. Na entrevista ao Fantástico, a atriz fez críticas a Camargo e deixou transparecer que pretende demití-lo.
Em Brasília, nas casas de apostas, a avaliação é que a atriz não resistirá no cargo até o fim da Quaresma. A ver.
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